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Maior infectologista dos EUA faz novo alerta preocupante

Mortes devem aumentar com a próximidade do inverno

Coronavírus: na sexta-feira, 30, houve um recorde diário com mais de 98 mil novos casos da doença (Mauricio Bazilio/Getty Images)

Coronavírus: na sexta-feira, 30, houve um recorde diário com mais de 98 mil novos casos da doença (Mauricio Bazilio/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 1 de novembro de 2020 às 13h49.

O maior especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos, o infectologista Anthony S. Fauci fez um alerta para o crescimento de casos e mortes por covid-19 no inverno norte-americano. "Vamos sofrer muito. Não é uma boa situação", disse o médico em entrevista ao The Washington Post. "Todas as estrelas estão alinhadas no lugar errado quando você entra no outono e no inverno, com as pessoas se reunindo dentro de casa. Você não poderia estar mais mal posicionado", completou.

A preocupação relaciona o período em que as pessoas costumam se reunir em ambientes fechados com a atitude do governo Trump em relação à pandemia. O presidente dos EUA diz a estar contornando o que não reflete nos números de casos do país, que já está sendo afetado por uma segunda onda de contaminações. Na sexta-feira, 30, houve um recorde diário com mais de 98 mil novos casos da doença e o número de mortes chegou a mil na quarta e quinta-feira.

Segundo Fauci, os EUA podem ultrapassar 100.000 novos casos de coronavírus por dia em breve. E à medida que as hospitalizações crescem, os números de mortes também tendem a subir.

Durante um tempo, Fauci foi um dos nomes mais importantes para a Casa Branca com relação ao comportamento durante a pandemia. No entanto, nos últimos meses, o médico entrou em conflito com o presidente Trump a quem acusa de minimizar os efeitos do vírus.

Trump tem usado a campanha eleitoral para dizer que seu governo está conseguindo lidar com a pandemia no país e acusa a imprensa de alarmismo. Em oposição ao comportamento do presidente, Fauci elogiou a forma como o candidato democrata Joe Biden tem se posicionado com relação ao tema. Fauci disse, na entrevista, que a campanha do ex-vice-presidente "está levando a sério do ponto de vista da saúde pública" enquanto Trump, está "olhando para isso de uma perspectiva diferente", que seria apenas a a economia e a reabertura do país.

"No momento, o aspecto de saúde pública da força-tarefa diminuiu muito", conta Fauci. O médico afirma que os esforços da Casa Branca têm sido em focar em uma vacina, apesar do alerta de especialistas de que isso seja insuficiente para acabar com a pandemia imediatamente.

Durante a entrevista, Fauci revela que seus encontros com o presidente americano foram reduzidos ao longo do ano. Segundo ele, Trump prefere escutar o neurorradiologista Scott Atlas, que defende a disseminação do vírus entre jovens saudáveis ??e a reabertura do país sem restrições. O médico diz que a última vez em que se reuniu com o presidente foi durante sua internação por covid-19 e que não trataram sobre o enfrentamento da pandemia.

Em resposta às falas de Fauci para The Washington Post, o porta-voz da Casa Branca, Judd Deere o acusa de usar a situação da pandemia para fazer política. Ele disse que o médico sabe que os riscos são menores atualmente do que há alguns meses.

Disse também que "é inaceitável para o Dr. Fauci, um membro sênior da Força-Tarefa do Coronavírus do Presidente e alguém que elogiou as ações do Presidente Trump durante esta pandemia, escolher três dias antes de uma eleição para fazer política". O porta-voz chamou atenção ao fato do infectologista elogiar Biden e criticar Trump.

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