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Maduro reforça discurso militar em meio a tensão aérea com os EUA

Presidente cita “fuzis” e povo como base do poder nacional durante posse de comandos bolivarianos

Venezuela: mobilização ocorre após alertas dos EUA sobre segurança no espaço aéreo. (AFP via Getty Images)

Venezuela: mobilização ocorre após alertas dos EUA sobre segurança no espaço aéreo. (AFP via Getty Images)

Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 07h12.

O presidente Nicolás Maduro afirmou nesta segunda-feira, 1º, que o poder nacional da Venezuela se apoia no povo, nas instituições e no aparato militar.

A declaração foi feita em Caracas após a posse dos Comandos Bolivarianos Integrados, em um momento de tensão com os Estados Unidos devido às advertências sobre segurança aérea no país. O alerta dos EUA resultou em uma onda de cancelamentos de voos de companhias internacionais.

Maduro afirmou que a Venezuela mantém apoio popular e capacidade de defesa. Segundo ele, o poder do país se sustenta na “consciência” da população e na decisão de manter o projeto bolivariano “acima de qualquer dificuldade”. O presidente ainda jurou “lealdade absoluta” aos apoiadores presentes na mobilização convocada pelo governo.

Os Comandos Bolivarianos Integrados terão a responsabilidade de revisar planos de segurança comunitária, iniciativas de produção e ações de apoio à educação, saúde e obras públicas. Maduro afirmou que a Venezuela “quer paz”, com igualdade e liberdade.

Keila Azuaje, representante do sindicato do transporte em duas rodas e participante da passeata, disse à Agência EFE que o ato foi um “apelo à paz”. Ela também direcionou a mensagem ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Azuaje relatou ter recebido “bastante treinamento”, incluindo de tiro, durante jornadas de alistamento militar promovidas pelo governo. Para ela, o país está “preparado para a defesa”.

Tensões com os EUA e impacto no setor aéreo

A mobilização ocorreu em meio ao aumento das tensões com os Estados Unidos. A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) recomendou, em 21 de novembro, “extrema precaução” a aeronaves que operam no espaço aéreo da Venezuela e no sul do Caribe. A agência classificou o cenário como “potencialmente perigoso”.

A recomendação levou companhias como Gol, Iberia e Avianca a suspender operações no país. No sábado, Trump afirmou nas redes sociais que o espaço aéreo venezuelano “permanecerá totalmente fechado”, declaração rejeitada pelo governo de Maduro.

Em resposta, o governo venezuelano disse que a única entidade com autoridade para determinar o fechamento do espaço aéreo é o Instituto Nacional de Aviação Civil (Inac). A administração de Maduro classificou a posição dos EUA como interferência indevida.

*Com informações da EFE

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