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Maduro recebe forte respaldo de Dilma e promessa comercial

Apoio deve fortalecer venezuelano depois da polêmica eleição que o levou à Presidência, no mês passado


	Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, entrega uma foto de Hugo Chávez à presidente Dilma Rousseff durante declaração à imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, entrega uma foto de Hugo Chávez à presidente Dilma Rousseff durante declaração à imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 09h23.

Brasília - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, recebeu na quinta-feira um forte respaldo do Brasil, durante viagem pela América do Sul para consolidar sua legitimidade como herdeiro político do falecido Hugo Chávez.

O claro apoio do maior e mais influente país na região deve fortalecer Maduro depois da polêmica eleição que o levou à Presidência, no mês passado.

"Nós lhe desejamos grande sucesso no seu mandato presidencial e no seu governo", disse a presidente Dilma Rousseff após reunião em que ela prometeu o fornecimento de alimentos à Venezuela, uma expansão do comércio e cooperação nos setores de gás e petróleo.

Maduro anunciou que a empreiteira brasileira Odebrecht construirá na Venezuela uma fábrica de ureia com capacidade de 1,5 milhão de toneladas por ano. Ele disse ainda que os dois países decidiram ampliar sua cooperação militar.

Durante declaração à imprensa dos dois presidentes, após o encontro no Palácio do Planalto, Maduro ofereceu a Dilma um quadro com uma foto de Chávez.

Antes da reunião com a presidente, Maduro havia se reunido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tradicional apoiador da "revolução socialista" implementada por Chávez durante seu governo (1999-2013), embora sem partilhar da sua retórica antiamericana.

Dilma disse ter oferecido a Maduro a mesma proximidade política que ela e Lula tinham com Chávez.

Mas havia a expectativa de que, reservadamente, Dilma aconselhasse Maduro a reduzir o tom da sua retórica contra a oposição, pelo bem da estabilidade política, segundo um diplomata que recebeu informações antes da reunião.


Dilma já havia dado um recado semelhante a Maduro na véspera da posse dele, em 19 de abril, segundo o diplomata. Depois daquela reunião, a autoridade eleitoral da Venezuela anunciou a decisão de realizar uma auditoria completa no resultado eleitoral, o que ainda está em curso.

O líder oposicionista Henrique Capriles, derrotado na eleição de 14 de abril por menos de dois pontos percentuais, diz ter havido fraude em favor de Maduro, e por isso exigiu a recontagem.

Se havia dúvidas em Brasília sobre a legitimidade de Maduro, elas não estavam publicamente evidentes durante a visita. Apenas quatro manifestantes estiveram na frente do Palácio do Planalto. Um deles levava um cartaz com os dizeres "presidente ilegítimo".

Maduro chegou a Brasília depois de visitar os presidentes da Argentina e Uruguai, outros países pertencentes ao Mercosul -bloco comercial regional ao qual Caracas se integrou no ano passado.

Quase todos os países das Américas reconheceram a eleição de Maduro, e os países da região se mostram preocupados em evitar o caos na Venezuela -segundo maior mercado dos produtos industrializados brasileiros, depois da Argentina.

Os produtos industriais constituem dois terços das exportações do Brasil para a Venezuela, o que garante ao país um considerável superávit comercial bilateral. O comércio com a Venezuela cresceu sete vezes na última década, chegando a 6 bilhões de dólares no ano passado.

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