Maduro: o presidente apresentou a ideia de formar uma "mesa nacional de entendimento para discutir os grandes temas do país" (Miraflores Palace/Reuters)
EFE
Publicado em 27 de julho de 2017 às 20h44.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu nesta quinta-feira que a oposição participe de uma "mesa de paz e reconciliação" nas próximas horas, um sinal de abertura ao diálogo antes da eleição de domingo para escolher os representantes da Assembleia Nacional Constituinte.
Maduro pediu que os opositores deixem de lado o "caminho insurrecional" e voltem seu foco para a Constituição, pedindo antes do início do pleito a instalação de uma "mesa de diálogo, acordo nacional e reconciliação da pátria".
"Porque se não for assim, eu entregarei à Constituinte todo o poder de convocar de maneira obrigatória um diálogo nacional de paz com uma lei constitucional", disse o presidente diante milhares de seguidores em Caracas, em um ato de encerramento da campanha para as eleições do próximo domingo.
Maduro apresentou a ideia de formar uma "mesa nacional de entendimento para discutir os grandes temas do país" no último dia da greve geral de 48 horas convocada pela oposição para pressioná-lo a desistir da Constituinte, que, para muitos opositores, servirá para a consolidação de uma ditadura na Venezuela.
O presidente recriminou várias vezes os "atos terroristas" cometidos durante os protestos convocados pela oposição contra o governo e a Constituinte. Várias das manifestações terminaram em confronto com as forças de segurança, deixando, desde abril deste ano, 104 pessoas mortas no país.
Maduro responsabilizou a oposição pela morte de 29 pessoas queimadas vivas e por 5 mil lojas que foram incendiadas em incidentes que teriam ocorrido durante os protestos.
Além disso, o presidente reiterou que não há outra alternativa a não ser a Constituinte para obter a paz. No entanto, não explicou se adiará a Assembleia Constituinte se a oposição aceitar dialogar.
Muitas vozes do governo e da oposição falaram nos últimos dias sobre um diálogo para evitar mais confrontos no domingo. Porém, nenhum dos lados mudou de posição sobre a Constituinte.