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Maduro encontrará Dilma para encerrar viagem

O programa oficial em Brasília do novo líder bolivariano, que se define como "filho" do falecido Hugo Chávez, prevê uma reunião de trabalho com Dilma


	Segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores, visita "dará continuidade às reuniões periódicas de alto nível entre os dois países", que mantêm vastos programas de cooperação bilateral
 (AFP / Francisco Batista)

Segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores, visita "dará continuidade às reuniões periódicas de alto nível entre os dois países", que mantêm vastos programas de cooperação bilateral (AFP / Francisco Batista)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2013 às 20h18.

Brasília - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, concluirá amanhã no Brasil, onde se reunirá com a presidente Dilma Rousseff, uma viagem que já o levou ao Uruguai e à Argentina e que empreendeu no meio da crise política que seu país vive após as eleições do último dia 14 de abril.

Maduro disse que com esta viagem pretende fortalecer as relações da Venezuela com o Mercosul, que seu país integra com Brasil, Argentina Uruguai e Paraguai, embora este último esteja suspenso após a cassação do então presidente, Fernando Lugo, em junho do ano passado.

O programa oficial em Brasília do novo líder bolivariano, que se define como "filho" do falecido Hugo Chávez, prevê uma reunião de trabalho com Dilma.

Fontes oficiais brasileiras disseram à Agência Efe que, de manhã, Maduro terá uma série de "atividades privadas", entre elas uma reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que durante a campanha para as eleições de abril pediu aos venezuelanos que lhe apoiassem.

Depois do meio-dia, Maduro será recebido por Dilma no Palácio do Planalto, onde realizarão uma reunião após a qual empreenderá o retorno a Caracas.

Segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, a visita "dará continuidade às reuniões periódicas de alto nível entre os dois países", que mantêm vastos programas de cooperação bilateral.

Essa cooperação, estabelecida durante o mandato de Chávez, existe nas áreas de integração produtiva, segurança alimentar, políticas públicas, saúde e desenvolvimento social e tecnológico, entre outras.


Além disso, Brasil e Venezuela desenvolvem iniciativas de apoio conjunto a países do Caribe, com os quais cooperam em agricultura familiar e desenvolvimento social, entre outros setores.

A Venezuela é um dos principais destinos das exportações brasileiras na América do Sul e o comércio entre os países chegou no ano passado ao número histórico de US$ 6,05 bilhões, com a balança claramente inclinada em favor do Brasil.

Na agenda discutida por Dilma e Maduro, o Ministério das Relações Exteriores ressaltou uma análise do processo de adesão da Venezuela às normas do Mercosul, ao qual se incorporou em junho do ano passado, em coincidência com a decisão que suspendeu o Paraguai.

Além disso, está previsto que os dois presidentes analisarão os passos para o retorno do Paraguai ao bloco após as eleições do último dia 21 de abril, vencidas por Horacio Cartes, do Partido Colorado e que assumirá o poder em agosto, quando a Venezuela controlará a presidência semestral do Mercosul.

A Mesa da Unidade Democrática (MUD), que agrupa a oposição venezuelana e não reconhece o resultado das eleições de abril na Venezuela, não confirmou se, como ocorreu no Uruguai e na Argentina, enviará representantes ao Brasil durante a visita de Maduro para expor sua posição.

Ao contrário do que ocorreu no Uruguai, onde os opositores partidos Nacional e Colorado respaldaram os protestos da MUD, o conflito na Venezuela não encontrou eco na política brasileira.

A visita de Maduro pode, no entanto, incomodar o cantor Roberto Carlos, que na semana passada anunciou que tomará ações legais contra o presidente venezuelano pelo uso não autorizado de sua canção "Detalhes" em sua campanha eleitoral. EFE

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