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Maduro acusa escritório de Direitos Humanos da ONU de 'conspiração' após suspensão

A Venezuela suspendeu as atividades do escritório do Alto Comissariado da ONU, instalado em 2019, em medida por declarações do organismo sobre a prisão da ativista Rocío San Miguel

A prisão causou preocupação no escritório do Alto Comissariado, bem como nos Estados Unidos e na União Europeia (Federico Parra /AFP)

A prisão causou preocupação no escritório do Alto Comissariado, bem como nos Estados Unidos e na União Europeia (Federico Parra /AFP)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 20 de fevereiro de 2024 às 07h23.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou, nesta segunda-feira, 19, "de espionagem" e "conspiração" o escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos que operava no país até a semana passada, quando o governo suspendeu suas atividades e expulsou os funcionários.

"Este escritório se desviou. De ser um escritório de assessoria técnica que deve respeitar as instituições e, pelo contrário, assessorar as reformas legais de que o país precisa, assessorar as instituições para melhorar, de repente se transformou em um escritório de espionagem interna, de conspiração interna", disse Maduro em seu programa de televisão. "E então se transformou no que chamamos de um escritório de advocacia, o escritório de advocacia dos terroristas conspiradores, golpistas e assassinos da Venezuela", continuou o presidente, indicando que o governo advertiu o pessoal várias vezes sobre as medidas a serem tomadas.

Acusação de terrorismo

A Venezuela suspendeu na quinta-feira passada as atividades do escritório do Alto Comissariado da ONU, instalado em 2019, em uma medida que se seguiu a declarações do organismo sobre a prisão da ativista Rocío San Miguel, acusada de "terrorismo".

A medida incluiu a expulsão do pessoal que, segundo Maduro, deixou o país no sábado.

"A gota d'água após tanto falar, tanta paciência, foi um caso recente com uma pessoa envolvida nessas atividades de espionagem [...] e eles saíram para qualificar o Ministério Público, o poder judiciário e o país de maneira abusiva", acrescentou Maduro.

Relembre o caso

San Miguel foi detida em 9 de fevereiro quando se preparava para viajar para o exterior com sua filha, que também foi presa, mas foi libertada sob fiança.

O Ministério Público a acusou de "traição à pátria", "terrorismo" e "conspiração", ligando-a "diretamente" a um suposto plano para assassinar Maduro. Seu ex-marido, o coronel aposentado Alejandro José Gonzales, foi preso sob suspeita de "revelação de segredos políticos e militares".

Seus dois irmãos e o pai de sua filha também foram detidos e posteriormente libertados.

A prisão causou preocupação no escritório do Alto Comissariado, bem como nos Estados Unidos e na União Europeia.

Maduro reiterou que a Venezuela mantém seus compromissos com o escritório em Genebra, mas que enquanto eles "não se retratarem" e "pedirem desculpas", a suspensão será mantida.

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