Élisabeth Borne foi nomeada como a nova primeira-ministra francesa em 16 de maio de 2022 (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 16 de maio de 2022 às 13h51.
Última atualização em 16 de maio de 2022 às 14h20.
O presidente francês, o centrista Emmanuel Macron, nomeou nesta segunda-feira, 16, para o cargo de primeira-ministra a atual titular da pasta do Trabalho, Élisabeth Borne, a segunda mulher a ocupar o cargo depois de Édith Cresson no início dos anos 1990.
"O presidente da República nomeou Élisabeth Borne primeira-ministra e a encarregou de formar um governo", anunciou a Presidência francesa em uma nota oficial concisa, após a renúncia de seu antecessor, Jean Castex, pouco antes.
"Acabei de apresentar minha carta de demissão", anunciou à AFP o chefe de governo depois de se reunir por uma hora com Macron no Palácio do Eliseu.
Borne é a segunda mulher a exercer a função de primeira-ministra, depois da socialista Édith Cresson (1991-1992), que a desejou "muito ânimo" numa classe política "machista" uma entrevista ao Le Journal du Dimanche (JDD).
Esta experiente funcionária pública, de 61 anos, terá como objetivo aplicar o programa de Macron, reeleito em abril para mais cinco anos no cargo, desde que obtenha maioria nas próximas eleições legislativas.
Para impulsionar suas reformas, o presidente deve alcançar uma maioria de deputados nas eleições de junho, na qual enfrenta uma aliança da esquerda, liderada pela ala radical, e uma forte extrema-direita.
Embora os institutos de pesquisa projetem uma nova maioria para o partido no poder, a escolha de Borne é importante. Ela acena para o eleitorado de centro-esquerda, insatisfeito com a aliança liderada pelo esquerdista Jean-Louc Mélenchon.
Além de ser mulher - uma opção apoiada por 74% dos franceses, segundo uma pesquisa recente da Ifop -, esta ex-chefe de gabinete da socialista Ségolène Royal também pertence à ala de centro-esquerda do partido.
LEIA TAMBÉM:
Rússia diz que candidaturas de Suécia e Finlândia à Otan são 'grave erro'
Sua trajetória no governo francês, onde atuou nas pastas do Transporte e Transição Ecológica, atende aos únicos critérios desejados por Macron: perfil "social", "ecológico" e "produtivo".
Terceira pessoa a atuar como primeira-ministra de Macron, após Castex e Edouard Philippe, conhece em primeira mão a principal reforma que o presidente espera realizar: o impopular adiamento da idade de aposentadoria de 62 para 65 anos.
"Vamos para uma nova temporada de abuso social", tuitou Mélenchon, depois de lembrar as medidas adotadas por Borne, como reduzir os benefícios sociais para um milhão de desempregados ou adiar o fim da energia nuclear por 10 anos.
No entanto, espera-se que entre as primeiras medidas do novo governo esteja um pacote de ajuda para enfrentar as consequências, especialmente nos preços da energia e dos alimentos, da guerra na Ucrânia.
Com a nomeação de Élisabeth Borne, Macron vira a página de um primeiro mandato marcados por protestos sociais como dos "coletes amarelos" e pela pandemia da covid-19, gerenciada por Jean Castex.
"Por quase dois anos, [o governo Castex] agiu com paixão e compromisso a serviço da França. Vamos nos orgulhar do trabalho feito", tuitou Macron, ao lado de uma imagem de seu ex-primeiro-ministro.
De acordo com várias fontes do executivo, a transferência de poderes entre Castex e Borne está prevista para esta segunda-feira por volta das 19h00 (14h00 do horário local). O primeiro Conselho de Ministros poderá ser realizado na próxima quarta-feira.
(AFP)
Candidato líder na Colômbia sofre ameaças de morte — entenda o caso
Tempestade de areia no Iraque: aeroportos e escolas fecham; veja fotos
Tiroteio em igreja deixa 1 morto e 4 gravemente feridos na Califórnia, EUA