Emmanuel Macron pode solicitar status internacional à Amazônia
Presidente francês sugeriu a hipótese caso líderes da região tomem decisões prejudiciais ao planeta, em clara alusão ao presidente Jair Bolsonaro
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de agosto de 2019 às 18h43.
Última atualização em 26 de agosto de 2019 às 18h51.
O G-7, grupo de países mais ricos do mundo, prometeu nesta segunda-feira, 26, liberar em caráter de urgência US$ 20 milhões o equivalente a R$ 83 milhões, para enviar aviões-tanque para combater os incêndios na Amazônia. O presidente da França, Emmanuel Macron , questionou a conveniência de conferir um status internacional à floresta caso os líderes da região tomem decisões prejudiciais ao planeta.
A fala de Macron é uma clara alusão ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), que o acusou de ter uma "mentalidade colonialista" por exigir uma ação internacional a respeito da região.
Associações e organizações não governamentais (ONGs) levantaram a questão de definir um status internacional para a Amazônia.
"Este não é o quadro da iniciativa que estamos tomando, mas é uma questão real que se impõe se um Estado soberano tomar medidas concretas que obviamente se opõem ao interesse de todo o planeta", disse Mácron. "As conversas entre (Sebastián) Piñera (presidente do Chile) e Bolsonaro não vão nessa direção, acho que ele está ciente desse assunto. Em qualquer caso, quero viver com essa esperança."
Segundo o presidente francês, esse status "é um caminho que permanece aberto e continuará a florescer nos próximos meses e anos". "A questão é tal no plano climático que não podemos dizer 'Este é um problema só meu'. É o mesmo para aqueles que têm espaços glaciais em seu território ou que impactam o mundo inteiro."
Ele garantiu, no entanto, que construiu a iniciativa que será proposta às Nações Unidas "para respeitar a soberania de cada país". / Com agências internacionais.