Macron enfrenta a fúria dos sindicatos e trabalhadores públicos
ÀS SETE - Pela primeira vez em mais dez anos nove sindicatos representantes dos trabalhadores franceses convocaram uma greve em conjunto
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2017 às 06h57.
Última atualização em 10 de outubro de 2017 às 07h38.
O presidente francês, Emmanuel Macron , tem um gros problème para encarar nesta terça-feira. Pela primeira vez em mais de 10 anos, nove sindicatos representantes dos trabalhadores públicos franceses convocaram uma greve em conjunto.
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O alvo é a proposta de reforma trabalhista do governo Macron. Estima-se que haja um total de 130 protestos com 90 dos 96 departamentos de governo fechados. Ao todo, 5,4 milhões de pessoas foram convocadas para compor a greve e são esperadas paralisações em escolas, hospitais, aeroportos e repartições.
A reforma Trabalhista, que o governo de Macron passou a toque de caixa, no final de setembro, deve facilitar a negociação de sindicatos com as companhias e também tornar a demissão de trabalhadores mais ágil.
Também são previstos o corte de 120.000 postos de trabalho na administração pública e a redução do tempo de licença para doenças. Embora o projeto já tenha passado, os grevistas tentam reverter o número de demissões e bater de frente com o governo.
Para Macron, o timing dos protestos é péssimo. Ele tenta reverter a imagem ruim que ficou após ter negado aumento de impostos aos mais ricos e ter criticado trabalhadores de uma fábrica na semana passada.
O mandatário ganhou a pecha de “presidente dos ricos” e precisa de apoio em um momento em que tenta negociar uma presença mais forte da França na Europa e mostrar para a Alemanha que está disposto a liderar reformas econômicas no continente.
Em 2014, estima-se que as companhias perderam 81 dias de trabalho a cada 1.000 trabalhadores, por conta de greves. O número é alto, mas muito abaixo dos 300 dias no final dos anos 1990 ou dos mais de 1.000 dias perdidos no final dos anos 1980.
Os sindicatos perderam força e estão menos articulados — ao mesmo tempo que muitos dos postos de trabalho fabris migraram para fora da Europa. Mas, em se tratando de França, é bom Macron não brincar com a sorte.