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Macron diz que braço do Estado Islâmico por trás de ataque à Rússia também tem alvos na França

Presidente francês afirmou que ofereceu cooperação em matéria de segurança a Moscou; autoridades temem ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos de Paris

França: Macron teme ataques do Estado Islâmico na Europa (LUDOVIC MARIN/AFP/Getty Images)

França: Macron teme ataques do Estado Islâmico na Europa (LUDOVIC MARIN/AFP/Getty Images)

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Agência de notícias

Publicado em 25 de março de 2024 às 12h18.

O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que o braço do Estado Islâmico que reclamou a autoria do atentado contra Moscou que deixou ao menos 137 mortos também tem alvos em território francês.

Em um pronunciamento nesta segunda-feira, Macron disse que ofereceu um aprofundamento na cooperação em matéria de segurança a Moscou, mas pediu que o governo russo não instrumentalize o caso na tentativa de implicar a Ucrânia.

"[A França tem informações de que] foi uma entidade do Estado Islâmico que planejou e executou o ataque [em Moscou]", disse o presidente francês a repórteres, logo após desembarcar na Guiana Francesa nesta segunda. "Esse grupo em particular fez uma série de tentativas em nosso próprio solo".

Estado Islâmico e atentados na Europa

Embora o grupo terrorista tenha reclamado a autoria do ataque ainda na sexta-feira, afirmando ser parte da guerra contra "países que lutam contra o Islã", a Rússia mantém uma posição pública pouco transparente. Em seu primeiro pronunciamento sobre o atentado, no sábado, o presidente Vladimir Putin não mencionou o grupo terrorista, mas sugeriu uma relação entre os executores e a Ucrânia.

O presidente francês, seguindo a linha do que outros países ocidentais, sobretudo os EUA, cobrou as autoridades russas sobre a tentativa de implicar a Ucrânia de algum modo no ataque.

"É preciso evitar qualquer instrumentalização ou distorção, e ser exigentes e eficazes. Esse é o espírito com que avançamos, e esperamos que a Rússia faça o mesmo", disse o presidente francês, antes de acrescentar que seria "cínico e contraproducente" usar o ataque para atingir a Ucrânia e mencionar a proposta de "cooperação crescente" com Moscou e seus sócios regionais.

Em Moscou, o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, negou-se a comentar sobre a autoria do ataque, mencionando que a investigação sobre o atentado está em curso. Peskov disse que "a administração presidencial cometeria um erro" se comentasse o caso, embora Putin tenha se referido à Ucrânia anteriormente citando "informações preliminares" dos serviços de segurança russos.

Preocupação com o terrorismo

A sinalização à cooperação em matéria de segurança — raro momento de aproximação entre Paris e Moscou desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, há dois anos — revela o grau de preocupação do governo francês com a atividade de grupos terroristas às vésperas da realização dos Jogos Olímpicos pelo país.

A França decretou nível máximo de alerta, no domingo, após o atentado em Moscou e as declarações públicas do Estado Islâmico. O grupo foi mencionado como uma ameaça ao país por Macron nesta segunda, que disse que o EI-K (o braço do grupo que provavelmente executou o ataque na Rússia) realizou "várias tentativas [de tentado] nos últimos meses" em solo francês.

O ministro do Interior do governo Macron, Gérald Darmanin, apareceu em público para afirmar que as forças de segurança e os serviços de inteligência franceses "estarão prontos" para garantir a realização dos Jogos Olímpicos, embora reconhecendo que o país estaria "particularmente ameaçado" durante a o evento.

"A polícia francesa, os guardas, os prefeitos, os serviços de inteligência estarão prontos", disse Darmanin durante uma viagem ao norte do país.

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