Lula pediu na reunião que cada ministro aponte os problemas de sua área para o próximo governo (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 4 de novembro de 2010 às 14h05.
Brasília - O líder do governo em exercício na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), disse hoje, ao sair da reunião ministerial no Palácio do Planalto, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recomendou a todos os ministros que "entreguem os seus cargos no último dia de governo para deixar a presidente (eleita) Dilma (Rousseff) à vontade" para escolher os novos ministros.
Segundo o deputado, o presidente, em sua fala, também elogiou o processo de transição feito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na mudança do governo tucano para petista.
"Isso foi muito importante", disse Lula, segundo relato do deputado, ao comentar que a transição que viveu de FHC para seu governo é que lhe deu a ideia de fazer essa transição nesse formato que está sendo desenhado agora.
O presidente, segundo o líder, lembrou que, mesmo sendo um governo de continuidade, é importante que todos os ministros preparem uma prestação de contas com o máximo de informação possível para ser entregue à nova equipe que irá para o Palácio do Planalto. Lula repetiu, de acordo com o relato do deputado, que fará em cartório o registro das realizações nos oito anos de governo.
Além disso, ele pediu que cada ministro deixe claros os problemas que existam nas pastas, gargalos, dificuldades para que isso fique transparente para os novos ocupantes dos cargos e também para que quem chegue seja alertado de problemas que deverão ser enfrentados logo no início.
Albuquerque contou que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, entregou relatório com as perspectivas brasileiras e falou em crescimento de 7,5% e 8% do PIB, maior que o estava projetado. Esse desempenho seria semelhante ao da Índia e dois pontos atrás da China.
Mantega ainda falou da guerra da volatilidade, da preocupação com a disputa e falou da reunião que terá em Seul, do G-20. Segundo o ministro, no relato do líder, o governo brasileiro vai brigar por uma decisão conjunta do G-20 com relação ao câmbio.
Férias
Na penúltima reunião ministerial do ano, o presidente Lula também pediu empenho aos ministros e que eles não tirem férias nos dois últimos meses de trabalho, relatou o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao final da reunião no Palácio do Planalto.
Segundo Padilha, o presidente reiterou a disposição de trabalhar até o 31 de dezembro. Nesse período, ele pretende cumprir uma agenda de inaugurações e vistoria de obras. Lula quer entregar todas as escolas técnicas, campi universitários e visitar as obras de Tucuruí, da Transposição do Rio São Francisco e dos Territórios da Cidadania.
O presidente vai decidir com os ministros algumas medidas que serão deixadas para a equipe de transição. Um dos exemplos citados por Padilha é o marco regulatório da mineração.
Durante a reunião, Lula enfatizou que os ministros mantenham o bom ritmo da economia e a geração de empregos. Ele quer entregar um Brasil "ajustado", mantendo o crescimento da economia e a redução da miséria. Padilha informou que o presidente Lula disse que em dezembro a Casa Civil e o gabinete da Presidência da República concluem um balanço final dos dois mandatos.