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Lula diz que "mapa do trabalho infantil é o mapa da miséria"

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os países onde há mais crianças trabalhando são aqueles onde imperam a fome e a miséria

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "a primeira tarefa para combater o trabalho infantil é coordenar ações de distribuição de renda", disse (AFP / Juan Mabromata)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 14h13.

Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que os países onde há mais crianças trabalhando são aqueles onde imperam a fome e a miséria, durante seu discurso na cerimônia de encerramento da III Conferência sobre Trabalho Infantil em Brasília.

"O mapa do trabalho infantil coincide rigorosamente com o mapa da fome e da miséria", por isso "a primeira tarefa para combater o trabalho infantil é coordenar ações de distribuição de renda nas regiões mais pobres de nosso planeta", declarou Lula aos representantes dos 140 países reunidos em Brasília.

A conferência foi promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que em seu último relatório sobre trabalho infantil, publicado em setembro, disse que ainda existem 168 milhões de crianças trabalhadores no mundo, apesar de ter havido uma redução de um terço na última década.

Lula afirmou que a queda dos números sobre trabalho infantil é "um estímulo", mas exigiu maior "vontade política" para os "pequenos seres humanos que necessitam uma ação urgente".

Se referiu a eles como a "pequenos seres com a infância roubada" e obrigados a trabalhar muitas vezes em condições "degradantes", ou que são "recrutados à força para participar de guerras ao redor do mundo".


Segundo Lula, os governos têm "a obrigação de devolver a esses pequenos seres humanos o direito básico de viver plenamente sua infância e adolescência".

O ex-mandatário lembrou a pobreza em que viveu em sua infância e como se viu obrigado a trabalhar desde pequeno.

"O trabalho precoce é uma experiência pela qual passei, movido pela necessidade de contribuir para o sustento da minha família", declarou Lula, que citou que quando criança vendeu laranjas e amendoins; engraxou sapatos e trabalhou em uma tinturaria.

Isso foi "antes de ter 17 anos", quando virou torneiro mecânico e foi empregado em uma fábrica, a mesma onde perdeu o dedo "trabalhando das dez da noite às seis da manhã, apesar de ser proibido um menor trabalhar à noite", recordou.

O ex-presidente lembrou ainda que seus irmãos também trabalharam desde pequenos, mas "não porque gostavam" ou porque sua mãe "queria", mas porque de outra forma não haveria o quê comer em casa.

"E quando alguém tem que levar comida para casa, põe até sua própria vida em jogo para conseguir, e por isso até vemos tantas meninas se prostituindo no mundo", ressaltou Lula, que insistiu que "o único caminho" para erradicar definitivamente o trabalho infantil passa por acabar primeiro com a fome e a pobreza.

"A crise econômica já consumiu trilhões de dólares para ajudar sistemas financeiros irresponsáveis" e outros "trilhões de dólares são gastos em guerras ao redor do mundo", afirmou o ex-presidente, que sustentou que esses dados mostram que para combater o trabalho infantil "não faltam recursos, mas vontade política"

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Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que os países onde há mais crianças trabalhando são aqueles onde imperam a fome e a miséria, durante seu discurso na cerimônia de encerramento da III Conferência sobre Trabalho Infantil em Brasília.

"O mapa do trabalho infantil coincide rigorosamente com o mapa da fome e da miséria", por isso "a primeira tarefa para combater o trabalho infantil é coordenar ações de distribuição de renda nas regiões mais pobres de nosso planeta", declarou Lula aos representantes dos 140 países reunidos em Brasília.

A conferência foi promovida pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que em seu último relatório sobre trabalho infantil, publicado em setembro, disse que ainda existem 168 milhões de crianças trabalhadores no mundo, apesar de ter havido uma redução de um terço na última década.

Lula afirmou que a queda dos números sobre trabalho infantil é "um estímulo", mas exigiu maior "vontade política" para os "pequenos seres humanos que necessitam uma ação urgente".

Se referiu a eles como a "pequenos seres com a infância roubada" e obrigados a trabalhar muitas vezes em condições "degradantes", ou que são "recrutados à força para participar de guerras ao redor do mundo".


Segundo Lula, os governos têm "a obrigação de devolver a esses pequenos seres humanos o direito básico de viver plenamente sua infância e adolescência".

O ex-mandatário lembrou a pobreza em que viveu em sua infância e como se viu obrigado a trabalhar desde pequeno.

"O trabalho precoce é uma experiência pela qual passei, movido pela necessidade de contribuir para o sustento da minha família", declarou Lula, que citou que quando criança vendeu laranjas e amendoins; engraxou sapatos e trabalhou em uma tinturaria.

Isso foi "antes de ter 17 anos", quando virou torneiro mecânico e foi empregado em uma fábrica, a mesma onde perdeu o dedo "trabalhando das dez da noite às seis da manhã, apesar de ser proibido um menor trabalhar à noite", recordou.

O ex-presidente lembrou ainda que seus irmãos também trabalharam desde pequenos, mas "não porque gostavam" ou porque sua mãe "queria", mas porque de outra forma não haveria o quê comer em casa.

"E quando alguém tem que levar comida para casa, põe até sua própria vida em jogo para conseguir, e por isso até vemos tantas meninas se prostituindo no mundo", ressaltou Lula, que insistiu que "o único caminho" para erradicar definitivamente o trabalho infantil passa por acabar primeiro com a fome e a pobreza.

"A crise econômica já consumiu trilhões de dólares para ajudar sistemas financeiros irresponsáveis" e outros "trilhões de dólares são gastos em guerras ao redor do mundo", afirmou o ex-presidente, que sustentou que esses dados mostram que para combater o trabalho infantil "não faltam recursos, mas vontade política"

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