Lula conversa com presidente do Equador e defende união de países para combate ao narcotráfico
País sofre com onda de violência desde a fuga do chefe da maior quadrilha criminosa do Equador
Agência de notícias
Publicado em 23 de janeiro de 2024 às 17h30.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone nesta terça-feira com o presidente do Equador , Daniel Noboa, sobre o enfrentamento ao narcotráfico e ao crime organizado no país.
Os dois presidentes defenderam a união dos países sul-americanos no combate ao crime organizado e ressaltaram a necessidade de coordenação com países consumidores de droga para o combate ao narcotráfico.
Ainda durante a conversa, Lula afirmou que o Brasil está disposto a ajudar o país com ações de cooperação em inteligência e segurança e lembrou que o Brasil está na Secretaria Geral da Ameripol, que reúne 30 países para a cooperação intercâmbio de informações policiais.
"Lula se solidarizou com o presidente Noboa e indicou a disposição do Brasil em ajudar o Equador, inclusive por meio de ações de cooperação em inteligência e segurança. Ressaltou que a luta contra o crime organizado é também um desafio do Brasil, nos vários níveis de governo, agravado pela porosidade e extensão das fronteiras terrestres e marítima do país", afirmou o Palácio do Planalto.
De acordo com o governo, o presidente Lula recordou que o Brasil ocupa hoje a Secretaria Geral da Ameripol, organização regional que reúne trinta países e se dedica à cooperação e ao intercâmbio de informações policiais. A secretaria executiva da Ameripol é atualmente ocupada pelo diretor-geral da Policia Federal, Andrei Passos, que tem trabalhado em ações de coordenação regional.
"Ambos concordaram que os países sul-americanos devem estar unidos no combate ao crime organizado, que atinge a todos, e que o fortalecimento da integração regional é condição fundamental para a superação do problema. Ressaltaram, também, a necessidade de coordenação com países consumidores de drogas para o combate efetivo ao narcotráfico", acrescentou o governo brasileiro.
A fuga do chefe da maior quadrilha criminosa do Equador, e a subsequente onda de violência que tomou conta do país, fez com que o governo decretasse estado de exceção e estado de Conflito Interno Armado, medidas que, entre outras coisas, impuseram toque de recolher por 60 dias e autorizaram as Forças Armadas a "neutralizarem" membros de 22 grupos criminosos, que passaram a ser considerados "organizações terroristas".
Além disso, uma TV estatal e uma universidade foram invadidas por bandidos armados, ao menos sete policiais foram sequestrados e houve ataques com explosivos nas ruas.