Longe de acordo, EUA discute Kim Jong-un com Coreia do Sul
No dia em que emissário de Washington chegou à península, Coreia do Norte disparou dois mísseis
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2019 às 06h48.
Última atualização em 10 de maio de 2019 às 07h08.
O otimismo provocado pelo primeiro encontro de Donald Trump com Kim Jong-un em 2018 desapareceu. Para tentar retomar as conversas entre Estados Unidos e Coreia do Norte , o governo norte-americano enviou um emissário para Seul, na Coreia do Sul , para se reunir nesta sexta-feira, 10, com os ministros sul-coreanos das Relações Exteriores e da Reunificação e discutir qual abordagem adotar na negociação com o ditador norte-coreano.
Pyongyang não ficou indiferente à movimentação dos dois aliados e disparou dois mísseis de curto alcance na península coreana na quinta-feira, 9, quando chegou o diplomata americano.
Os EUA, em uma resposta indireta aos disparos, horas mais tarde capturaram um barco civil norte-coreano acusado de violar as sanções econômicas impostas pela Organização das Nações Unidas e pelos norte-americanos. Segundo informou o Departamento de Justiça dos EUA, a embarcação de 17 toneladas havia sido usada para a entrega de maquinário pesado para a Coreia do Norte.
Essa não foi a primeira vez que Kim Jong-un usou seu poder militar para provocar os inimigos. No último sábado, os norte-coreanos já haviam realizado um exercício no qual vários projéteis foram lançados. Com a repetição do ato, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, se pronunciou alertando para as consequências nas discussões com o governo de Trump. “Seja quais forem as intenções da Coreia do Norte, alertamos que esse ato poderia tornar as negociações mais difíceis”, disse em rede nacional.
Desde a segunda cúpula entre Trump e Kim Jong-un, realizada em fevereiro no Vietnã, que terminou sem acordo entre os líderes, as perspectivas de um acordo de desnuclearização se tornaram mais distantes. O norte-coreano pediu a retirada das sanções contra a Coreia, em troca de iniciar o projeto de desnuclearização. Trump achou as propostas muito tímidas e não aceitou o plano, uma vez que, em junho de 2018, em Singapura, Kim havia prometido “trabalhar pela completa desnuclearização da península coreana”.
Na semana passada, depois de três meses sem avanços nas negociações, Pyongyang alertou os Estados Unidos, em tom de ameaça, para o risco de um “resultado indesejável”, se o país não mudar sua posição até o final do ano. Já Trump diz que sabe que os norte-coreanos desejam retomar as conversas, mas que não estão prontos para negociar. O presidente norte-americano também afirmou que “ninguém está feliz” com o último lançamento de mísseis da Coreia do Norte.
O último ano e a chegada de Moon Jae-in ao poder, presidente sul-coreano considerado pacifista, trouxeram a expectativa de que Kim e Trump finalmente chegariam a um acordo que minimamente estabilizasse a região. Mas a perspectiva, como mostram os últimos desenrolares, ainda segue distante.