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Londres se despede de Thatcher com aplausos e protestos

Mesmo após sua morte, Thatcher ainda divide opinião dos britânicos, que foram se despedir da "Dama de Ferro" divididos entre admiração e repúdio

Margaret Thatcher morreu no dia 8 de abril, aos 87 anos, vítima de um acidente vascular cerebral, após passar anos afastada da vida pública por sofrer de demência senil (Raul Junior)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2013 às 19h34.

Londres - Muitos aplausos acompanharam a passagem do caixão da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher pelas ruas de Londres nesta quarta-feira.

Mesmo após sua morte, Thatcher ainda divide a opinião dos britânicos, que foram se despedir da "Dama de Ferro" divididos entre a admiração de alguns por sua figura "inspiradora" e o repúdio de outros que levaram cartazes com votos de que ela possa "descansar na vergonha".

"Esta mulher causou tanto sofrimento que é essencial vir aqui e demonstrar que nós ainda lembramos do que ela fez", disse à Agência Efe Chris Barbour, que estava no cruzamento antes de chegar à catedral de St. Paul - a última parada do cortejo fúnebre.

Ele também definiu o funeral com honras militares como uma "propaganda do governo conservador" britânico.

Pessoas de todas as idades, raças e classes sociais ficaram durante horas atrás das cercas metálicas vigiadas por milhares de policiais para ver o caixão com os restos mortais da única mulher que governou o Reino Unido (1979-1990) no sistema monárquico-parlamentarista.

A canadense Margaret Kittle, de 79 anos, chegou a percorrer mais de 6 mil quilômetros para dar o último adeus a Thatcher, e não foi a única. Além disso, ela também se vestiu de azul para homenagear a preferência da ex-primeira-ministra conservadora, que costumava usar roupas dessa cor.

O britânico Joseph Afrane fez questão de mostrar seu apoio à Thatcher. "Acho que ela fez um fantástico trabalho para melhorar o Reino Unido. Por isso resolvi vir, para demonstrar meu respeito em sua última viagem", disse.

Mas os opositores da antiga líder chamaram atenção. "Estou aqui pelas pessoas que ela matou através da pobreza, da desesperança e da guerra", dizia um cartaz próximo a St. Paul, onde também se amontoavam várias bandeiras britânicas.


No último cruzamento antes da catedral, foram distribuídos folhetos - com uma imagem de Thatcher deformada - que a acusavam de ser "tóxica". Enquanto isso, na calçada contrária, veteranos da Guerra das Malvinas, usando seus uniformes, mostravam seu respeito pela figura política da ex-primeira-ministra.

Os uniformes militares e o colorido dos acessórios utilizados por alguns manifestantes contrastavam com a maioria do público, que em sua grande maioria estava vestido formalmente, como se tivessem dado uma pausa no expediente de trabalho para assistir ao cortejo e participar da histórica despedida - durante a qual o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, chegou a chorar.

Além de sua herança política, críticas aos custos do funeral - cerca de R$ 32 milhões - também estiveram presentes em cartazes. Manifestantes chegaram a gritar "desperdício de dinheiro" enquanto o caixão passava.

"Se sociedade não existe, pague pelo seu próprio funeral", recriminava um dos cartazes, em alusão às famosas declarações da "Dama de Ferro" em defesa do individualismo, já que ela defendia a não existência do conceito coletivo de sociedade.

Turistas também se aproximaram do percurso oficial do cortejo e ficaram surpresos com a magnitude da procissão, escoltada por soldados dos três exércitos, cavalos e bandas de música.

Margaret Thatcher morreu no dia 8 de abril, aos 87 anos, vítima de um acidente vascular cerebral, após passar anos afastada da vida pública por sofrer de demência senil.

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Londres - Muitos aplausos acompanharam a passagem do caixão da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher pelas ruas de Londres nesta quarta-feira.

Mesmo após sua morte, Thatcher ainda divide a opinião dos britânicos, que foram se despedir da "Dama de Ferro" divididos entre a admiração de alguns por sua figura "inspiradora" e o repúdio de outros que levaram cartazes com votos de que ela possa "descansar na vergonha".

"Esta mulher causou tanto sofrimento que é essencial vir aqui e demonstrar que nós ainda lembramos do que ela fez", disse à Agência Efe Chris Barbour, que estava no cruzamento antes de chegar à catedral de St. Paul - a última parada do cortejo fúnebre.

Ele também definiu o funeral com honras militares como uma "propaganda do governo conservador" britânico.

Pessoas de todas as idades, raças e classes sociais ficaram durante horas atrás das cercas metálicas vigiadas por milhares de policiais para ver o caixão com os restos mortais da única mulher que governou o Reino Unido (1979-1990) no sistema monárquico-parlamentarista.

A canadense Margaret Kittle, de 79 anos, chegou a percorrer mais de 6 mil quilômetros para dar o último adeus a Thatcher, e não foi a única. Além disso, ela também se vestiu de azul para homenagear a preferência da ex-primeira-ministra conservadora, que costumava usar roupas dessa cor.

O britânico Joseph Afrane fez questão de mostrar seu apoio à Thatcher. "Acho que ela fez um fantástico trabalho para melhorar o Reino Unido. Por isso resolvi vir, para demonstrar meu respeito em sua última viagem", disse.

Mas os opositores da antiga líder chamaram atenção. "Estou aqui pelas pessoas que ela matou através da pobreza, da desesperança e da guerra", dizia um cartaz próximo a St. Paul, onde também se amontoavam várias bandeiras britânicas.


No último cruzamento antes da catedral, foram distribuídos folhetos - com uma imagem de Thatcher deformada - que a acusavam de ser "tóxica". Enquanto isso, na calçada contrária, veteranos da Guerra das Malvinas, usando seus uniformes, mostravam seu respeito pela figura política da ex-primeira-ministra.

Os uniformes militares e o colorido dos acessórios utilizados por alguns manifestantes contrastavam com a maioria do público, que em sua grande maioria estava vestido formalmente, como se tivessem dado uma pausa no expediente de trabalho para assistir ao cortejo e participar da histórica despedida - durante a qual o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, chegou a chorar.

Além de sua herança política, críticas aos custos do funeral - cerca de R$ 32 milhões - também estiveram presentes em cartazes. Manifestantes chegaram a gritar "desperdício de dinheiro" enquanto o caixão passava.

"Se sociedade não existe, pague pelo seu próprio funeral", recriminava um dos cartazes, em alusão às famosas declarações da "Dama de Ferro" em defesa do individualismo, já que ela defendia a não existência do conceito coletivo de sociedade.

Turistas também se aproximaram do percurso oficial do cortejo e ficaram surpresos com a magnitude da procissão, escoltada por soldados dos três exércitos, cavalos e bandas de música.

Margaret Thatcher morreu no dia 8 de abril, aos 87 anos, vítima de um acidente vascular cerebral, após passar anos afastada da vida pública por sofrer de demência senil.

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