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Lobão não fala em apagão e suspeita de sistema

Ministro preferiu eufemismos: "Não houve apagão, houve uma interrupção temporária de energia elétrica", disse

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, convocou uma reunião para a próxima segunda-feira onde espera ter um "diagnóstico absolutamente completo" (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2011 às 18h11.

Brasília - A falha do sistema de proteção de uma subestação de energia no interior de Pernambuco é a causa mais provável para o primeiro apagão elétrico do governo Dilma Rousseff. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, convocou uma reunião para a próxima segunda-feira onde espera ter um "diagnóstico absolutamente completo" sobre o que gerou o problema que deixou sem luz, por cinco horas, oito Estados do Nordeste na madrugada de hoje.

"Não temos ainda uma causa definitiva para demonstrar as razões originais do desligamento, mas imaginamos como provável causa a falha no sistema de proteção na subestação de São Luiz Gonzaga", afirmou o ministro na manhã de hoje, depois que o sistema voltou a operar plenamente.

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Lobão passou a madrugada em contato com representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) - estatal responsável por parte do fornecimento de energia da região - para tentar identificar as razões que levaram ao apagão.

Avaliações preliminares indicam que um dispositivo eletrônico da subestação em Pernambuco parou de funcionar nos primeiros minutos da madrugada, o que derrubou um dos circuitos de transmissão de energia da unidade. Quando funcionários do local tentaram religar o sistema o segundo circuito também caiu, suspendendo a ligação com a usina de Sobradinho. Diante da oscilação, dispositivos de proteção do restante do sistema elétrico nordestino desligaram automaticamente, o que gerou o blecaute.

Segundo o ministro, não houve sobrecarga do sistema e apesar da queda de energia ter ocorrido depois da tentativa de religamento do circuito por funcionários da subestação, o governo não trabalha, a princípio, com a hipótese de erro humano. Lobão também negou que a falha possa ter ocorrido por uso de equipamento velho. "O equipamento é razoavelmente atualizado e moderno, ele não está obsoleto", disse. Ainda não há estimativas sobre prejuízos provocados pelo incidente.

O acidente de hoje relembra o apagão ocorrido em novembro de 2009, quando uma tempestade no interior de São Paulo provocou a interrupção na transmissão da energia vinda de Itaipu, gerando um efeito dominó que deixou às escuras por quatro horas 70 milhões de pessoas em 18 Estados do País. Irritado, o ministro evitou classificar o incidente como um apagão, preferindo um eufemismo. "Não houve apagão, houve uma interrupção temporária de energia elétrica", disse. Lobão também era titular de Minas e Energia em 2009.

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