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Líderes da Unasul acolhem plano de livre trânsito

A União das Nações Sul-Americanas acolheu plano para implementar o livre trânsito dos 400 milhões de habitantes do bloco


	Dilma Rousseff na Unasul: decisão abre o processo para se eliminar barreiras para a livre circulação de pessoas
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Dilma Rousseff na Unasul: decisão abre o processo para se eliminar barreiras para a livre circulação de pessoas (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 20h11.

Quito - A União das Nações Sul-Americanas (Unasul) acolheu nesta sexta-feira o plano para implementar - sem prazos definidos - o livre trânsito dos 400 milhões de habitantes do bloco, ao final da cúpula de dois dias realizada no Equador.

Os presidentes e representantes das 12 Nações que integram o bloco - criado em 2008 - anunciaram em uma declaração que "acolhem com beneplácito" a iniciativa do secretário-geral do organismo, Ernesto Samper, para a adoção da "cidadania sul-americana".

A decisão abre o processo para se eliminar, no futuro, as barreiras para a livre circulação de pessoas por um território de 18 milhões de km2.

O ex-presidente colombiano explicou que a partir desta decisão, os sul-americanos poderão circular, estudar e trabalhar na região, além de homologar títulos profissionais.

Os presidentes concordaram em "continuar com o processo de construção da Cidadania Sul-Americana", sem fixar prazos ou determinar os próximos passos, revela o documento firmado após dois dias de deliberações.

O presidente anfitrião, Rafael Correa, considerou "fundamental" a implementação desta iniciativa, que qualificou de a "verdadeira integração".

Já somos um bloco unido na diversidade, que se dirige para uma grande zona de desenvolvimento econômico (...) e, o mais importante, para uma cidadania sul-americana", destacou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Integração para enfrentar a crise

Durante o encontro, a presidente Dilma Rousseff convocou seus colegas para identificar e desenvolver projetos de integração conjuntos, especialmente sobre "infraestrutura logística e energética", para paliar a queda dos preços das matérias primas, incluindo o petróleo, cuja exportação alavancou o crescimento da região na última década.

"Na atual conjuntura de crise internacional, com a queda do preço das matérias-primas e, principalmente do petróleo, o desafio do desenvolvimento é ainda maior", disse Dilma.

A queda acentuada dos preços do petróleo no mercado internacional, que está por volta de 30% desde junho, atinge com maior força Venezuela, Colômbia e Equador, três dos 12 membros da Unasul.

Na reunião realizada a portas fechadas na recém-inaugurada sede do grupo, nas proximidades de Quito, Dilma afirmou que as dificuldades econômicas devem reforçar os canais de "cooperação e integração regional".

"Temos maior clareza sobre a importância da integração no nosso continente. Por isso, consideramos fundamental buscar formas de integração econômica e de infraestrutura, tanto infraestrutura logística como energética".

A presidente insistiu em que o difícil cenário econômico na Europa, a recessão japonesa e a fraca recuperação dos Estados Unidos são um estímulo para a cooperação dos países sul-americanos, que apoiam seu crescimento na exportação de matérias-primas.

"É importante que os países da nossa região tenham capacidade de se integrar cada vez mais e, sobretudo, cooperar cada vez mais", ressaltou.

Nesse sentido, apoiou a proposta de "escolher projetos prioritários" de infraestrutura regional para garantir seu financiamento e execução.

"Vamos dar total apoio a suas propostas de acelerar a execução da agenda de projetos prioritários (...), assim como buscar convergências nos processos de integração",

A Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) prevê para este ano um fraco crescimento para a região, de 1,1%, e de apenas 2,2% em 2015, muito distante dos 6,1% registrados em 2010.

Escola Sul-Americana de Defesa

Na área de Defesa e Segurança, os líderes do bloco "ratificaram a criação da Escola Sul-Americana de Defesa, por parte do Conselho de Defesa Sul-Americano, que constituirá um centro de altos estudos do Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS)".

A ideia surge como uma alternativa aos cursos de pós-graduação tradicionalmente realizados pelos militares sul-americanos nos Estados Unidos.

Na véspera, Nicolás Maduro defendeu a ampliação dos programas regionais de defesa com a criação de um sistema de formação de militares sul-americanos com "nossa própria doutrina".

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