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Líder rebelde se apresenta como sucessor de Bozizé

"O presidente François Bozize buscou refúgio no Camarões, onde se encontra atualmente à espera de partir para outro país", anunciou a presidência camaronesa


	O líder do grupo rebelde Seleka, Michel Djotodia: em uma capital sem eletricidade e sem rádio nacional, Djotodia se comportava como o novo chefe do Estado, à espera de uma declaração oficial à Nação.
 (Steve Jordan/AFP)

O líder do grupo rebelde Seleka, Michel Djotodia: em uma capital sem eletricidade e sem rádio nacional, Djotodia se comportava como o novo chefe do Estado, à espera de uma declaração oficial à Nação. (Steve Jordan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2013 às 16h09.

O líder dos insurgentes centro-africanos, Michel Djotodia, cujos homens controlam o país, agia nesta segunda-feira como sucessor do presidente François Bozizé, que partiu de Bangui para se refugiar em Camarões.

"O presidente François Bozize buscou refúgio no Camarões, onde se encontra atualmente à espera de partir para outro país", anunciou a presidência camaronesa em um comunicado lido na rádio nacional nesta segunda-feira.

Sua família foi recebida pela República Democrática do Congo (RDC), indicou nesta segunda-feira o porta-voz do governo e ministro de Meios de Comunicação congolês, Lambert Mende.

"Quase 20 pessoas, incluindo seu filho, foram recebidas e afastadas das fronteiras, em conformidade com as regras internacionais", disse Mende.

A União Africana (UA) condenou a tomada do poder pela força dos guerrilheiros e suspendeu nesta segunda-feira a participação da República Centro-Africana na organização. A UA também impôs sanções a sete autoridades da coalizão rebelde Seleka, incluindo Michel Djotodia, depois de sua ofensiva relâmpago e da tomada de Bangui, a capital, no domingo.

"O Conselho (de Paz e Segurança) decide suspender imediatamente a participação da RCA (República Centro-Africana) em todas as atividades da União Africana, assim como impor sanções, como restrições de viagem e o congelamento dos depósitos dos dirigentes do Seleka", anunciou o Comissário da Paz e da Segurança da UA, Ramtane Lamamra.


Em uma capital sem eletricidade e sem rádio nacional, Djotodia se comportava como o novo chefe do Estado, à espera de uma declaração oficial à Nação.

Entre outros temas, declarou à Rádio França Internacional que tinha a intenção de organizar eleições livres em três anos, embora tenha ressaltado que "não disse que em três anos entregarei o poder. Disse que em três anos organizaremos eleições livres e transparentes com a ajuda de todos".

De Paris, um dos porta-vozes dos insurgentes, Eric Massi, destacou: "Esperamos uma declaração solene que oficialize o acesso à presidência de Michel Djotodia".

Djotodia, de 60 anos, é um funcionário e diplomata - entre outros cargos foi cônsul da República Centro-Africana no Sudão do Sul - que entrou na rebelião, convertendo-se em um de seus principais dirigentes desde 2005.

Por sua vez, França e Estados Unidos pediram aos guerrilheiros que respeitem os acordos de paz que foram concluídos em Libreville no dia 11 de janeiro entre o setor de Bozize, a oposição e o Seleka, e apoiar o governo de união nacional que surgiu dos mesmos.

Djotodia prometeu que "nós sempre seguiremos no espírito de Libreville", confiando que manterá em seu cargo o atual primeiro-ministro do governo de união nacional, Nicolas Tiangaye, uma figura da oposição a Bozize.


Bozize, de 66 anos, que chegou ao poder pelas armas em 2003, foi eleito presidente em 2005 e reeleito em 2011 após eleições muito criticadas pela oposição.

A rebelião havia lançado uma primeira ofensiva no dia 10 de dezembro no norte do país, obtendo uma série de vitórias diante das desorganizadas forças governamentais, antes de deter seu avanço devido às pressões internacionais, 75 km ao norte de Bangui.

Os acordos de Libreville levaram à formação de um governo de união nacional. Os insurgentes, alegando que estes convênios não eram respeitados, desencadearam novamente as hostilidades na sexta-feira passada e declararam que queriam instaurar um governo de transição.

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