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Líder da Avós de Maio encontra neto após 35 anos

Neto de Estela de Carlotto nasceu durante o cativeiro de sua mãe em junho de 1978, em pleno governo militar da Argentina

Estela de Carlotto, presidente do movimento Avós da Praça de Maio, em Buenos Aires (Marcos Brindicci/Reuters)

Estela de Carlotto, presidente do movimento Avós da Praça de Maio, em Buenos Aires (Marcos Brindicci/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 21h31.

Buenos Aires - A presidente do movimento Avós da Praça de Maio, entidade que procura crianças sequestradas na última ditadura militar da Argentina, encontrou seu neto depois de 35 anos de busca, afirmou o filho dela nesta terça-feira.

O neto de Estela de Carlotto nasceu durante o cativeiro de sua mãe em junho de 1978, em pleno governo militar, e foi tomado poucas horas depois para receber outra identidade. A mãe dele foi assassinada pelos repressores.

"Não queria morrer sem abraçá-lo", disse Estela de Carlotto em uma entrevista coletiva, acrescentando que "encontrei o que procurava... É charmoso, é um artista e me procurou".

"A história completa ainda não sabemos, vamos construir, temos que ser cautelosos porque isso é muito forte para uma pessoa, mesmo que ela espere por isso", disse Carlotto.

A ditadura militar que governou o país entre 1976 e 1983 sequestrou, torturou e assassinou cerca de 30 mil pessoas, principalmente ativistas políticos e trabalhadores, segundo órgãos de direitos humanos. Em muitos casos, os repressores se apropriaram ilegalmente dos filhos das vítimas, como aconteceu com Carlotto.

"É positivo, encontramos meu sobrinho depois de 35 anos", disse à TV argentina Guido Carlotto, filho de Estela e tio do jovem identificado, que se apresentou voluntariamente para fazer exames de sangue e comprovar a sua identidade.

Segundo a mídia local, o jovem vive em Olavarría, no centro da província de Buenos Aires, a 350 quilômetros da capital argentina.

O movimento Avós da Praça de Maio conseguiu identificar mais de 110 filhos de desaparecidos sequestrados por membros da ditadura.

"Vou continuar com a luta, hoje foi a minha vez", afirmou Estela.

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