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Líder do Mianmar se pronuncia sobre crise com rohingyas

ÀS SETE - Aung San Suu Kyi vinha sendo criticada por ignorar o conflito que já expulsou 400.000 rohingyas e matou ao menos mil

Aung San Suu Kyie: estima-se que mais de 1.000 pessoas morreram, e que metade dos fugitivos seja crianças (Soe Zeya Tun/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2017 às 06h34.

Última atualização em 19 de setembro de 2017 às 07h23.

O desespero da minoria muçulmana Rohingya, de Mianmar , finalmente saiu das sombras nesta terça-feira. A líder birmanesa e vencedora do Nobel da Paz de 1991, Aung San Suu Kyi, fez um pronunciamento em rede nacional sobre a crise humanitária no país, uma das mais graves do planeta.

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San Suu Kyi disse que está “desolada” com a violência e que não deseja que Mianmar se divida em crenças religiosas.

Desde o mês passado, 400.000 rohingyas deixaram Mianmar, pela fronteira com Bangladesh, temendo represálias do governo e mais perseguição.

Estima-se que mais de 1.000 pessoas morreram, e que metade dos fugitivos seja crianças. A região se transformou em um campo de refugiados, com diversos assentamentos temporários.

O grupo, com um milhão de pessoas, não é reconhecido pelo governo de Mianmar, que abriga mais de 135 grupos étnicos em seu território.

A crise se acentuou no dia 25 de agosto, quando um grupo rebelde atacou vários postos da fronteira, no estado de Rakhine, em Mianmar, e deixou 70 mortos.

A região já era cenário de tensão entre budistas (a maioria no país) e o grupo muçulmano, que é considerado como imigrante vindo de Bangladesh.

No mês passado, a ONU classificou repressão de Mianmar como uma “limpeza étnica” contra os rohingyas. Desde o início dos conflitos, o governo de San Suu Kyi vinha sendo duramente criticado pelos países vizinhos e pela comunidade internacional.

Ontem, 20.000 muçulmanos foram às ruas em Bangladesh, para protestar contra as ações do governo birmanês. Paquistão, Malásia e Indonésia também tiveram manifestações em apoio ao grupo.

Antes do êxodo, os rohingyas já sofriam duras condições de vida. Trabalho forçado, extorsão, restrições à liberdade de circulação, regras de casamento injustas e confisco de terras são algumas das repressões que o grupo sofre em Mianmar.

Aung San Suu Kyi, Conselheira de Estado de Mianmar, afirmou que as informações publicadas sobre o país são falsas, que criam uma série de problemas entre as comunidades e acabam promovendo o terrorismo.

Herdeira do fundador do país, ela venceu o Prêmio Nobel da Paz por sua luta pelos direitos humanos. Desde o começo do mês, 400.000 pessoas assinaram uma petição pedindo a cassação de seu prêmio.

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