Líder do EI convoca muçulmanos à luta, revela áudio
O líder do grupo emitiu declaração de áudio na qual convoca apoiadores a se juntar a ele ou a pegar em armas onde estiverem no mundo
Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2015 às 17h51.
Beirute - O líder do grupo militante Estado Islâmico , que controla faixas da Síria e do Iraque , emitiu uma declaração de áudio nesta quinta-feira na qual convoca apoiadores a se juntar a ele ou a pegar em armas onde estiverem no mundo.
"Não há desculpa para qualquer muçulmano não migrar para o Estado Islâmico... Juntar-se (à sua luta) é um dever de todos os muçulmanos. Estamos convidando você a se juntar ou pegar em armas (para lutar) onde quer que esteja", disse Abu Bakr al-Baghdadi na declaração, emitida pelo veículo de comunicação do grupo chamado Al-Furqan e publicado em vários sites.
A Reuters não pôde verificar de forma independente a autenticidade do áudio ou a data.
São Paulo – Especialistas iniciaram na manhã de hoje escavações em doze covas coletivas encontradas na região de Trikrit, no Iraque . De acordo com informações da rede de notícias americana CNN, é possível que os restos mortais de 1.700 soldados mortos pelo grupo Estado Islâmico ( EI ) sejam recuperados. A descoberta comprovaria a veracidade de um vídeo divulgado pelo grupo há alguns meses e no qual era exibida a execução de centenas de soldados iraquianos que estavam dispostos em uma linha que parecia não ter fim. Os soldados, informou a Reuters, teriam sido capturados em uma antiga base dos Estados Unidos. “A cena é de partir o coração”, contou um oficial ouvido pela rede que esteve no local. “Não conseguimos conter as lágrimas. Que tipo de bárbaro poderia matar 1.700 pessoas a sangue frio?”, indagou. As covas coletivas são mais um ato de violência na lista de barbáries já cometidas pelo grupo desde que ganhou força no ano passado e passou a expandir os seus domínios em regiões da Síria e do Iraque. Relembre nas imagens outros casos chocantes protagonizados pelo grupo.
Ensaiadas à exaustão, filmadas e divulgadas mundo afora via redes sociais, as decapitações, especialmente aquelas realizadas em reféns ocidentais, se tornaram um símbolo da brutalidade do EI. Um dos primeiros ocidentais a ser publicamente executado pelo grupo foi o jornalista americano James Foley. Pouco tempo depois da divulgação do vídeo de Foley em agosto do ano passado, o EI viralizou vários outros. Neles foram exibidas as mortes de pessoas como o Steven Sotloff, jornalista americano sequestrado em agosto de 2013 e morto no início de setembro de 2014, e David Haines, um trabalhador humanitário britânico abduzido em março de 2013 e assassinado poucas semanas depois de Sotloff.
Os horrores das decapitações do Estado Islâmico (EI), contudo, não ficaram reservados apenas aos reféns ocidentais. No início de fevereiro, o EI divulgou um vídeo no qual foram degolados 21 cristãos egípcios. De acordo com informações da agência de notícias EFE, as vítimas haviam sido sequestradas na região de Tripoli, capital da Líbia, e simbolizavam uma espécie de vingança contra o Egito por conta de um episódio no qual uma mulher cristã foi presa depois de se converter ao islã.
Depois de anunciar a decapitação do jornalista japonês Kenji Goto, o EI divulgou um vídeo no qual mostrava um piloto jordaniano sendo queimado vivo. Maaz al-Kassasbeh foi sequestrado em dezembro, depois que sua aeronave foi derrubada pela artilharia do grupo nas redondezas de Raqqa, conhecida informalmente como a capital do EI. Como consequência da morte brutal do militar, a Jordânia intensificou os bombardeios realizados contra os militantes.
Outra atrocidade cometida pelo grupo é o constante recrutamento de crianças para batalha ou para operações suicidas. De acordo com entidades de ajuda humanitária, desde o início de 2015, 400 crianças foram absorvidas aos quadros de militantes do EI. Muitas se juntam ao grupo com a conivência dos pais, mas tantas outras acabam sendo seduzidas por recrutadores a fugirem de suas famílias. Um exemplo que chocou o mundo apareceu em mais um vídeo do EI divulgado nas redes sociais. Nele, era mostrada a execução de reféns por uma criança que não aparentava ter mais de 12 anos de idade.
Desde que iniciou a sua expansão territorial, o Estado Islâmico ( EI ) vem atacando a minoria Yazidi, historicamente estabelecida no norte do Iraque. Como consequência dos atos brutais contra este povo, a Organização das Nações Unidas ( ONU ) acusa o EI de estar cometendo um crime de genocídio, uma vez que demonstra ter o objetivo de dizimá-los enquanto grupo.
Reféns ocidentais que foram libertados pelo Estado Islâmico ( EI ) contaram ao mundo como era a rotina de horror a qual foram diariamente submetidos enquanto em cativeiro. De acordo com os relatos, a tortura era uma ferramenta comum dos militantes e era assim que eles buscavam informações sobre, por exemplo, o propósito da ida de seus reféns para a Síria. Os métodos consistiam em espancamentos e até mesmo a simulação de afogamento.
Até então restrito ao norte da Síria , o EI mostra que aos poucos está avançando até a capital do país, Damasco. Nesta semana, veio à tona a notícia de que o grupo invadiu um campo de refugiados nas redondezas da cidade e que agora controla 90% dele. Os outros 10% estãos nas mãos de uma milícia formada por palestinos e sírios que vivem no campo e que lutam contra o regime de Bashar al-Assad. Segundo informações da rede de notícias Reuters, o local é habitado por 18 mil pessoas. Na análise da ONU, a situação no campo é “além de desumana”, pois a entidade não conseguiu enviar comida, remédio e água para as pessoas que lá vivem desde que os conflitos dentro do campo começaram.
Há poucos meses, o EI divulgou vídeos nos quais seus militantes apareciam destruindo antiguidades em sítios arqueológicos e até museus de diferentes regiões do Iraque. Em Mosul, por exemplo, homens aparecem armados com martelos e brocas derrubando e destruindo estátuas datadas do século 7 a.C e cujos valores são inestimáveis.