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Líder de protestos prevê mais totalitarismo após eleições

Suthep Thaugsuban disse que as eleições de domingo trarão mais totalitarismo ao país


	Líder dos protestos antigovernistas na Tailândia, Suthep Thaugsuban: "eleições trarão mais ditadura ao país", disse
 (Getty Images)

Líder dos protestos antigovernistas na Tailândia, Suthep Thaugsuban: "eleições trarão mais ditadura ao país", disse (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 08h29.

Bangcoc - O líder das manifestações antigovernamentais na Tailândia, Suthep Thaugsuban, disse nesta quinta-feira em Bangcoc que as eleições de domingo trarão mais totalitarismo ao país e qualificou de "ditatorial" o Executivo interino da primeira- ministra, Yingluck Shinawatra.

"A maioria dos cidadãos acha que as eleições sob o atual sistema não são democráticas. As eleições trarão mais ditadura ao país. O povo quer reformas antes de votar para ter uma democracia verdadeira", manifestou Suthep aos jornalistas enquanto participava de uma manifestação.

A formação de Yingluck, o Puea Thai (Dos tailandeses), parte como favorita para ganhar este pleito, nos quais não concorre o Partido Democrata, o principal da oposição.

Suthep, vice-primeiro-ministro do Partido Democrata entre 2008 e 2011, disse que as autoridades tentam utilizar o sufrágio para ocultar a corrupção e as irregularidades que cometeram durante os dois anos e meios que governam.

O líder dos protestos reiterou que sua intenção não é impedir o direito ao voto, como ocorreu no domingo no início do processo de votação antecipada, mas encorajar os cidadãos a se unirem a eles e conseguir que a capital seja uma grande maré antigovernamental.

"Aqueles que queiram votar, se transformarão em serventes do "regime Thaksin"", segundo Suthep.

Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck, governou a Tailândia desde 2001 até 2006, quando um golpe militar incruento o derrubou e dois anos depois foi condenado à revelia a 24 meses de prisão por abuso de poder.

Os grupos antigovernamentais, reunidos no Comitê Popular de Reforma Democrática, começaram hoje uma mobilização especial que durará até a jornada de votação.

Os manifestantes partiram nesta manhã dos diferentes acampamentos que ocupam em centros nevrálgicos de Bangcoc desde 13 de janeiro e se congregaram em On-Nut, desde onde com Suthep à cabeça partiram rumo ao centro da capital.


O assobio dos assobios, símbolo destes protestos da mesma forma que a bandeira nacional, acompanhou o desfile e, em alguns momentos, foi oculto pelo barulho. Houve também queima de papéis em distintos bairros para celebrar o Ano Novo Chinês.

As autoridades temem enfrentamentos em Bangcoc no dia das eleições, apesar dos 10 mil policiais que serão desdobrados, e preveem problemas para votar em 14 províncias do sul, onde o movimento antigovernamental conta com seu principal apoio.

Os "camisas vermelhas", afins a Thaksin, começaram ontem mobilizações no norte e nordeste do país, seu reduto, e se retiraram Bangcoc para evitar choques com os antigovernamentais.

"O melhor para o país e o Governo é realizar eleições. Tudo deveria ser feito de acordo com a Constituição e a lei, de outra forma nos enfrentaremos em um confronto civil", disse a presidente dos "camisas vermelhas", Thida Thavornseth, em seus escritórios em Bangcoc.

Os "camisas vermelhas" protagonizaram grandes protestos em 2009 e 2010 contra o Governo do Partido Democrata, quando Suthep era vice-primeiro-ministro e pedia aos manifestantes que respeitassem a lei e a ordem.

Suthep, que reivindica reformas políticas antes de chamar às urnas, voltou a descartar hoje que o país se encaminhe rumo a um confronto civil.

"Nossos manifestantes lutam sem armas, pacificamente. Os "camisas vermelhas" são os que matam pessoas, queimam edifícios", manifestou o ex-deputado.

Pelo menos 10 pessoas morreram e cerca de 600 ficaram feridas desde que os protestos começaram a ocupar ministérios, o novembro passado.

No meio desta crise, um movimento conciliador surgiu e começado a tomar força, como os chamados "camisas brancas" ou a Rede pela Reforma, uma plataforma de 60 organizações que instam ao Governo e os manifestantes a negociar uma saída.

Entre os membros da Rede pela Reforma destacam a Federação de Indústrias Tailandesas, a Bolsa de Valores da Tailândia, a Associação de Banqueiros da Tailândia ou o Conselho de Presidentes de Universidade da Tailândia.

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