Mundo

Líder de Hong Kong indica concessão sobre processo eleitoral

Comissão escolhida para selecionar candidatos para a eleição de Hong Kong em 2017 pode ser tornar “mais democrática”, disse o líder do território


	Protestos em Hong Kong: manifestantes classificam uma “falsa" democracia ao estilo chinês
 (Carlos Barria/Reuters)

Protestos em Hong Kong: manifestantes classificam uma “falsa" democracia ao estilo chinês (Carlos Barria/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2014 às 09h03.

Hong Kong - A comissão escolhida para selecionar candidatos para a eleição de Hong Kong em 2017 pode ser tornar “mais democrática”, disse o líder do território nesta terça-feira, na primeira indicação de uma possível concessão a manifestantes pró-democracia que têm bloqueado as ruas da cidade há semanas.

Leung Chun-ying falou poucas horas antes do começo das conversas formais entre líderes estudantis do protesto e representantes municipais, que buscam acabar com a crise na ex-colônia britânica, que voltou ao controle da China em 1997.

“Há espaço para discussão aqui”, disse ele a um pequeno grupo de repórteres. “Há espaço para tornar o comitê de nomeação mais democrático." Em agosto, dirigentes do Partido Comunista em Pequim ofereceram ao povo de Hong Kong a chance de votar para seu próprio líder em 2017, mas disseram que apenas dois ou três candidatos poderão concorrer após obterem apoio de um comitê de nomeação composto por 1.200 pessoas, o qual, convenientemente, está repleto de membros leais a Pequim.

Os manifestantes classificam isso como uma “falsa" democracia ao estilo chinês e dizem que não deixarão as ruas a menos que Pequim permita nomeações abertas.

A discussão da potencial concessão de Leung pode começar apenas mais para o fim do ano, no entanto, quando o governo da cidade lançar uma nova rodada de consultas sobre métodos eleitorais, disse ele a repórteres na sede do governo.

Após mais de três semanas de manifestações que travaram o trânsito e geraram duras críticas de Leung e outros representantes do governo, há pouca expectativa de que seja feito um grande avanço nas conversas de terça-feira.

Os protestos motivaram confrontos ocasionais entre manifestantes e a polícia, que chegou a disparar gás lacrimogêneo sobre a multidão e também utilizou spray de pimenta e cassetetes, mas não tentou liberar as ruas. Leung alertou, no entanto, que tal ação “pode acontecer quando a polícia considerar necessário”.

“Nós não estamos tentando dialogar com os estudantes sobre as ações da polícia… nunca dissemos que enquanto o diálogo prossegue - e haverá provavelmente diversas rodadas de diálogo com os estudantes - a polícia não vai tomar as medidas necessárias." Ele se recusou a dizer se haveria um prazo para retirar os manifestantes das ruas da cidade e disse que o governo não tinha “quaisquer instruções de Pequim”. Mas Leung disse acreditar que as pessoas de Hong Kong estava perdendo a paciência com as manifestações e podem tomar alguma atitude.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaHong KongMetrópoles globaisProtestosProtestos no mundo

Mais de Mundo

Israel e Hezbollah estão a poucos dias de distância de um cessar-fogo, diz embaixador israelense

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, é eleito presidente do Uruguai

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai