Líder da Irmandade Muçulmana é preso no Egito
O líder da Irmandade Muçulmana foi preso na quinta-feira no Egito, como parte da repressão ao movimento islâmico depois que o Exército destituiu Mohamed Mursi
Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2013 às 18h03.
Cairo - O líder da Irmandade Muçulmana foi preso na quinta-feira no Egito , como parte da repressão ao movimento islâmico depois que o Exército destituiu o primeiro presidente livremente eleito na história do país.
A dramática deposição de Mohamed Mursi foi celebrada por milhões de pessoas durante a noite nas ruas do Cairo e de outras cidades, mas entre os egípcios que se opuseram ao golpe militar há um clima de ressentimento.
Uma coalizão islâmica liderada pela Irmandade convocou uma "Sexta-Feira da Rejeição" após a principal prece islâmica da semana, num primeiro teste acerca do apoio remanescente a Mursi e como o Exército lidará com isso.
Aparentemente ciente dos riscos da polarização social, o novo presidente interino, o juiz Adli Mansour, usou seu discurso de posse para fazer um aceno pacífico à Irmandade, base política de Mursi.
"A Irmandade Muçulmana é parte deste povo e está convidada a participar da construção da nação, já que ninguém será excluído, e se eles responderem ao convite serão bem-vindos", afirmou.
Mas um funcionário da Irmandade disse que o grupo não irá trabalhar com "autoridades usurpadoras". Outro político do movimento afirmou que a derrubada de Mursi levará outros grupos - mas não a Irmandade - à resistência violenta.
A dramática queda de Mursi, que passou um ano no cargo, marca uma nova reviravolta na crise que envolve a mais populosa nação árabe desde a revolução popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em janeiro de 2011.
Logo antes da posse do presidente interino, caças da Força Aérea realizaram sobrevoos no poluído céu cairota, como que num lembrete do papel dos militares na atual situação. A manobra, envolvendo dezenas de aviões, foi repetida ao entardecer.
Mursi investigado
A ONU, os EUA e algumas outras potências mundiais não condenaram a derrubada de Mursi como sendo um golpe militar, já que isso poderia desencadear sanções. A intervenção militar teve o apoio de milhões de egípcios, incluindo líderes liberais e personalidades religiosas que esperam a convocação de novas eleições, sob regras revistas.
As Forças Armadas egípcias estão ligadas ao poder desde que oficiais derrubaram o rei Farouk, em 1952. Os protestos que motivaram os generais a agirem desta vez foram iniciados pela oposição liberal, que perdeu sucessivas eleições para os políticos islâmicos nos últimos dois anos.
Eles receberam a adesão de multidões irritadas com o descumprimento de promessas econômicas de Mursi e com a redução dos salários reais.
A queda do primeiro líder a ser eleito depois das revoluções da Primavera Árabe geraram questionamentos sobre o futuro do islamismo político, que recentemente parecia triunfar na região. Profundamente divididos, os 84 milhões de egípcios parecem ser novamente foco de preocupação no mundo árabe, já traumatizado pela guerra civil na Síria.
O líder máximo da Irmandade, Mohamed Badie, foi preso na cidade de Marsa Matrouh (norte), perto da fronteira com a Líbia. Fontes de segurança disseram que aparentemente ele não estava tentando fugir do país.
Nas manifestações dos últimos dias, o nome de Badie era tão citado quanto o de Mursi. Apesar das negativas, a Irmandade nunca conseguiu esvaziar a noção de que Badie e o conselho executivo do grupo seriam as iminências pardas do governo Mursi.
Pelo menos 16 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em confrontos nas ruas desde a derrubada de Mursi, que está agora preso em um quartel. Emissoras de TV simpáticas ao presidente deposto foram tiradas do ar, e jornais afiliados ao braço político da Irmandade disseram que a gráfica estatal se recusou a imprimir sua edição de quinta-feira.
Autoridades abriram uma investigação sobre as acusações de que Mursi e 15 outras pessoas teriam insultado o Judiciário.
Os mercados reagiram positivamente à deposição de Mursi, e o principal índice mercantil egípcio teve alta de 7,3 % no dia.
Cairo - O líder da Irmandade Muçulmana foi preso na quinta-feira no Egito , como parte da repressão ao movimento islâmico depois que o Exército destituiu o primeiro presidente livremente eleito na história do país.
A dramática deposição de Mohamed Mursi foi celebrada por milhões de pessoas durante a noite nas ruas do Cairo e de outras cidades, mas entre os egípcios que se opuseram ao golpe militar há um clima de ressentimento.
Uma coalizão islâmica liderada pela Irmandade convocou uma "Sexta-Feira da Rejeição" após a principal prece islâmica da semana, num primeiro teste acerca do apoio remanescente a Mursi e como o Exército lidará com isso.
Aparentemente ciente dos riscos da polarização social, o novo presidente interino, o juiz Adli Mansour, usou seu discurso de posse para fazer um aceno pacífico à Irmandade, base política de Mursi.
"A Irmandade Muçulmana é parte deste povo e está convidada a participar da construção da nação, já que ninguém será excluído, e se eles responderem ao convite serão bem-vindos", afirmou.
Mas um funcionário da Irmandade disse que o grupo não irá trabalhar com "autoridades usurpadoras". Outro político do movimento afirmou que a derrubada de Mursi levará outros grupos - mas não a Irmandade - à resistência violenta.
A dramática queda de Mursi, que passou um ano no cargo, marca uma nova reviravolta na crise que envolve a mais populosa nação árabe desde a revolução popular que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em janeiro de 2011.
Logo antes da posse do presidente interino, caças da Força Aérea realizaram sobrevoos no poluído céu cairota, como que num lembrete do papel dos militares na atual situação. A manobra, envolvendo dezenas de aviões, foi repetida ao entardecer.
Mursi investigado
A ONU, os EUA e algumas outras potências mundiais não condenaram a derrubada de Mursi como sendo um golpe militar, já que isso poderia desencadear sanções. A intervenção militar teve o apoio de milhões de egípcios, incluindo líderes liberais e personalidades religiosas que esperam a convocação de novas eleições, sob regras revistas.
As Forças Armadas egípcias estão ligadas ao poder desde que oficiais derrubaram o rei Farouk, em 1952. Os protestos que motivaram os generais a agirem desta vez foram iniciados pela oposição liberal, que perdeu sucessivas eleições para os políticos islâmicos nos últimos dois anos.
Eles receberam a adesão de multidões irritadas com o descumprimento de promessas econômicas de Mursi e com a redução dos salários reais.
A queda do primeiro líder a ser eleito depois das revoluções da Primavera Árabe geraram questionamentos sobre o futuro do islamismo político, que recentemente parecia triunfar na região. Profundamente divididos, os 84 milhões de egípcios parecem ser novamente foco de preocupação no mundo árabe, já traumatizado pela guerra civil na Síria.
O líder máximo da Irmandade, Mohamed Badie, foi preso na cidade de Marsa Matrouh (norte), perto da fronteira com a Líbia. Fontes de segurança disseram que aparentemente ele não estava tentando fugir do país.
Nas manifestações dos últimos dias, o nome de Badie era tão citado quanto o de Mursi. Apesar das negativas, a Irmandade nunca conseguiu esvaziar a noção de que Badie e o conselho executivo do grupo seriam as iminências pardas do governo Mursi.
Pelo menos 16 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em confrontos nas ruas desde a derrubada de Mursi, que está agora preso em um quartel. Emissoras de TV simpáticas ao presidente deposto foram tiradas do ar, e jornais afiliados ao braço político da Irmandade disseram que a gráfica estatal se recusou a imprimir sua edição de quinta-feira.
Autoridades abriram uma investigação sobre as acusações de que Mursi e 15 outras pessoas teriam insultado o Judiciário.
Os mercados reagiram positivamente à deposição de Mursi, e o principal índice mercantil egípcio teve alta de 7,3 % no dia.