Múte Bourup Egede ao lado da esposa, Tina Chemnitz (Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 11 de janeiro de 2025 às 11h34.
O primeiro-ministro da Groenlândia, Múte B. Egede, afirmou na sexta-feira que os habitantes do território ártico da Groenlândia, rico em minerais, não têm interesse em se tornarem americanos.
Segundo a rede de televisão americana CBS News, no entanto, ele reconheceu o interesse estratégico do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na ilha e se mostrou aberto a uma cooperação mais estreita com Washington.
As declarações de Egede ocorreram após Trump afirmar, no início da semana, que não descartava o uso de força ou pressão econômica para incorporar a Groenlândia — um território semiautônomo da Dinamarca — aos Estados Unidos. Trump justificou o interesse como uma questão de segurança nacional, citando o derretimento do gelo marinho, que abriu novas rotas de navegação no Ártico.
A preocupação de potências ocidentais sobre o uso estratégico dessas rotas por Rússia e China no Atlântico Norte também foi mencionada. Egede reconheceu que a Groenlândia faz parte do continente norte-americano e "um lugar que os americanos veem como parte de seu mundo". Ele disse que não falou com Trump, mas que está aberto a discussão sobre o que "nos une".
Porto Rico, Havaí, Alasca e Flórida: quanto os EUA pagaram por territórios anexados"Cooperação é sobre diálogo. Cooperação significa que você trabalhará em direção a soluções", disse ele.
Egede tem pedido a independência da Groenlândia, retratando a Dinamarca como uma potência colonial que nem sempre tratou bem a população indígena inuit.
"A Groenlândia é para o povo groenlandês. Não queremos ser dinamarqueses, não queremos ser americanos. Queremos ser groenlandeses", disse ele em uma entrevista coletiva ao lado da primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen em Copenhague.
O interesse de Trump pela Groenlândia causou apreensão na Dinamarca e em toda a Europa. Como principal membro da OTAN e aliado importante da União Europeia, composta por 27 nações, os Estados Unidos deixaram muitos europeus surpresos com a possibilidade de um novo líder americano considerar o uso da força contra um parceiro aliado.
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