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Líder conservador grego desafia Tsipras a aceitar coalizão

Evangelos Meimarakis mostrou-se certo de sua vitória e prometeu formar uma "equipe nacional" para governar, lançando um desafio ao adversário de esquerda

O líder da oposição grega de direita, Evangelos Meimarakis, em Bruxelas (Jean-Christophe Verhaegen/AFP)

O líder da oposição grega de direita, Evangelos Meimarakis, em Bruxelas (Jean-Christophe Verhaegen/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2015 às 23h43.

Atenas - O líder da oposição grega de direita, Evangelos Meimarakis, mostrou-se nesta quinta-feira certo de sua vitória nas legislativas de domingo, e prometeu formar uma "equipe nacional" para governar, lançando um desafio ao adversário de esquerda, Alexis Tsipras, para que ele aceite a oferta.

Em um comício na praça Omonia, no centro de Atenas, Meimarakis disse diante de milhares de simpatizantes que quer "formar uma equipe nacional com todos que queiram participar".

"Os que não quiserem não terão mais nada além de seguir seu próprio caminho", disse, referindo-se implicitamente a Tsipras. O ex-primeiro-ministro declarou em várias ocasiões que se nega a formar um governo de coalizão de governo com o Nova Democracia, a formação de Meimarakis.

Em eleições que se anunciam muito apertadas entre Nova Democracia e Syriza, sem maioria absoluta para nenhum dos dois, Meimarakis disse que uma vitória da direita garantirá "a estabilidade e a segurança" diante dos "experimentos" do governo de Syriza, que "levou o país ao caos", segundo ele.

Ao aceitar um terceiro plano de resgate em troco de mais ajustes, Tsipras "golpeou os grupos mais vulneráveis, privados de sua pensão, e de medicamentos", disse Meimarakis, embora também tenha se comprometido a aplicar as medidas que vão aparelhadas ao resgate.

O líder conservador endureceu também seu discurso sobre a questão migratória. "As praças de Atenas estão lotadas pelo fluxo incontrolado de migrantes", disse, mencionando também "um aumento da criminalidade".

Contudo, prometeu que, se vencer e formar o governo, sua equipe se ocupará dos refugiados segundo seu status.

Entre o público, os jovens eram poucos, e os pensionistas e simpatizantes de mais de 50 anos formavam a maioria da audiência.

"Eu votei no Syriza em janeiro, mas agora vou votar no Nova Democracia", disse à AFP Costas, um aposentado que trabalhava nos correios.

"Nunca fui muito comprometido ideologicamente. Em qualquer caso, penso que o Nova Democracia é sinônimo de estabilidade, sobretudo para os pensionistas", completou.

"Eu não quero uma coalizão com o Syriza porque há diferenças ideológicas básicas. Deve ser feita uma coalizão com partidos pró-europeus", afirmou Dimitris, um militar reformado, que não acredita muito na proposta de Meimmarakis de fazer uma grande coalizão com a esquerda.

"Ouve-se falar muito de esperança, mas eu não sei se existe realmente. Aqui é preciso ter contatos para encontrar um trabalho. Não há meritocracia e não sei se haverá algum dia. Em todo caso, o Nova Democracia me tranquiliza mais que o Syriza, e acredito que é um mau menor", declarou Olga, uma desempregada de 30 anos que foi ao comício com sua mãe, pensionista e viúva.

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