Líder atribui "Brexit" a descontentamento com austeridade
Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista do RU, reiterou que não renunciará ao comando do partido, apesar das pressões dos deputados
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2016 às 11h32.
Londres -- O líder do Partido Trabalhista do Reino Unido , Jeremy Corbyn, atribuiu neste sábado o voto pelo "Brexit" no referendo de quinta-feira ao descontentamento da população com as políticas de austeridade e reiterou que não renunciará ao comando do partido, apesar das pressões dos deputados.
Em discurso em Londres , Corbyn, questionado por seu papel discreto na campanha em favor da permanência na União Europeia , pediu aos trabalhistas que "se unam para lutar" contra um governo conservador dividido e que ouçam os anseios de uma população "castigada pelos cortes".
Também se comprometeu a zelar pela proteção dos "direitos dos trabalhadores, dos direitos humanos e do meio ambiente" durante a negociação do governo para sair do bloco comunitário.
"Temos que aprender a representar melhor as pessoas", disse o líder trabalhista a seus correligionários, após admitir que seu partido não está suficientemente conectado com as preocupações da classe trabalhadora, que buscou refúgio em formações populistas como o eurocético UKIP.
As antigas zonas industriais do Reino Unido, as mais afetadas pelos empregos mal remunerados e pela falta de investimentos do governo central, "são as que votaram pela saída da UE, são as que sofreram mais o golpe da austeridade", opinou Corbyn.
"A decisão dos conservadores de fazer com que as comunidades mais sofridas paguem por uma crise que não provocaram trouxe uma política de divisões", como ficou evidente no referendo, segundo o líder trabalhista.
As mensagens do lado conservador favorável ao "Brexit" "culparam à imigração", lamentou o político.
Corbyn também ressaltou que vai se opor a qualquer orçamento governamental de emergência que inclua mais cortes.
O político trabalhista, cuja liderança é questionada dentro de seu grupo parlamentar, insistiu que não pensa em renunciar e, ao ser perguntado se concorreria à outra eleição interna se os deputados a forçarem, respondeu: "Sim, estou aqui".
Vários deputados trabalhistas pediram hoje a saída de Corbyn, a quem acusam de não ter feito uma boa campanha no referendo e consideram incapaz de ganhar as eleições gerais.
Duas deputadas, Margaret Hodge e Ann Coffey, propuseram ontem uma moção de confiança ao líder, que deverá ser considerada pelo presidente do grupo parlamentar do partido, John Cryer, e poderá ser debatida na segunda-feira.
Se for aceita a solicitação, na terça-feira poderia ocorrer uma votação secreta dentro do grupo parlamentar.
Segundo as regras do partido, se 50 deputados indicarem um novo candidato, pode ser convocado outro pleito pela liderança.
Corbyn, eleito em setembro do ano passado com o apoio arrasador das bases, mas com pouco apoio entre os deputados, recebeu o respaldo dos principais sindicatos britânicos, entre eles o Unite e o Unison, que ontem pediram que o partido se unisse em torno de seu líder.
Londres -- O líder do Partido Trabalhista do Reino Unido , Jeremy Corbyn, atribuiu neste sábado o voto pelo "Brexit" no referendo de quinta-feira ao descontentamento da população com as políticas de austeridade e reiterou que não renunciará ao comando do partido, apesar das pressões dos deputados.
Em discurso em Londres , Corbyn, questionado por seu papel discreto na campanha em favor da permanência na União Europeia , pediu aos trabalhistas que "se unam para lutar" contra um governo conservador dividido e que ouçam os anseios de uma população "castigada pelos cortes".
Também se comprometeu a zelar pela proteção dos "direitos dos trabalhadores, dos direitos humanos e do meio ambiente" durante a negociação do governo para sair do bloco comunitário.
"Temos que aprender a representar melhor as pessoas", disse o líder trabalhista a seus correligionários, após admitir que seu partido não está suficientemente conectado com as preocupações da classe trabalhadora, que buscou refúgio em formações populistas como o eurocético UKIP.
As antigas zonas industriais do Reino Unido, as mais afetadas pelos empregos mal remunerados e pela falta de investimentos do governo central, "são as que votaram pela saída da UE, são as que sofreram mais o golpe da austeridade", opinou Corbyn.
"A decisão dos conservadores de fazer com que as comunidades mais sofridas paguem por uma crise que não provocaram trouxe uma política de divisões", como ficou evidente no referendo, segundo o líder trabalhista.
As mensagens do lado conservador favorável ao "Brexit" "culparam à imigração", lamentou o político.
Corbyn também ressaltou que vai se opor a qualquer orçamento governamental de emergência que inclua mais cortes.
O político trabalhista, cuja liderança é questionada dentro de seu grupo parlamentar, insistiu que não pensa em renunciar e, ao ser perguntado se concorreria à outra eleição interna se os deputados a forçarem, respondeu: "Sim, estou aqui".
Vários deputados trabalhistas pediram hoje a saída de Corbyn, a quem acusam de não ter feito uma boa campanha no referendo e consideram incapaz de ganhar as eleições gerais.
Duas deputadas, Margaret Hodge e Ann Coffey, propuseram ontem uma moção de confiança ao líder, que deverá ser considerada pelo presidente do grupo parlamentar do partido, John Cryer, e poderá ser debatida na segunda-feira.
Se for aceita a solicitação, na terça-feira poderia ocorrer uma votação secreta dentro do grupo parlamentar.
Segundo as regras do partido, se 50 deputados indicarem um novo candidato, pode ser convocado outro pleito pela liderança.
Corbyn, eleito em setembro do ano passado com o apoio arrasador das bases, mas com pouco apoio entre os deputados, recebeu o respaldo dos principais sindicatos britânicos, entre eles o Unite e o Unison, que ontem pediram que o partido se unisse em torno de seu líder.