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Líbia celebra aniversário da revolução em clima de incerteza

Nenhum evento oficial foi programado para o aniversário. Mas celebrações espontâneas acontecem desde sábado em várias cidades

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 18h16.

Trípoli - A Líbia celebrava nesta segunda-feira o terceiro aniversário do início da revolução que derrubou o regime de Muamar Kadhafi em 2011 em um clima de incerteza, profunda crise política e persistente insegurança.

O primeiro-ministro Ali Zeidan pediu aos líbios que superem as dificuldades políticas e econômicas que paralisam o país. Prosseguir com a revolução representa um "desafio" para os líbios, disse, antes de reconhecer que "a aventura não é fácil" e está repleta de "dificuldades".

Mas destacou os avanços alcançados com o "fim de um poder individual e tirânico", entre eles o da liberdade de expressão.

Nenhum evento oficial foi programado para o aniversário. Mas celebrações espontâneas acontecem desde sábado em várias cidades, em especial Benghazi (leste), onde aconteceu a primeira manifestação contra o regime em 15 de fevereiro de 2011, antes que a revolta adquirisse uma forma mais organizada a partir de 17 de fevereiro.

A revolta, que virou um conflito armado, deixou milhares de mortos e feridos. Provocou a queda do coronel Kadhafi no fim de agosto, seguida por sua morte em 20 de outubro de 2011.

Muitos líbios, no entanto, não têm motivos para comemorar a data.

"Não há razão para ter orgulho no que diz respeito à atual situação do país", escreveu no Twitter o internauta "Tripolitanian".

"Nada foi feito em três anos. Continuamos na mesma", afirmou à AFP Ahmed Fitouri, estudante universitário.

"A revolução foi roubada do povo por políticos que não fazem nada mais que brigar", completou.

Afetado pela anarquia e caos, o país sofre com uma crise política sem precedentes.


O Congresso Geral Nacional (CGN, Parlamento), a principal autoridade política e legislativa, enfrenta desde o fim de janeiro um movimento de protesto em consequência da polêmica decisão de prorrogar seu mandato, que a princípio acabava em 7 de fevereiro.

Eleito em julho de 2012, o Congresso tinha por missão organizar eleições gerais após a aprovação de uma Constituição que ainda não começou a ser redigida.

Sob pressão das ruas, o Congresso anunciou no domingo um acordo entre os blocos políticos para eleições gerais que designem novas autoridades de transição, à espera da Constituição.

Mas ainda não foi possível chegar a um consenso sobre o novo sistema político que deve ser adotado para a próxima etapa de transição.

Alguns se declaram a favor da eleição de um presidente e de um Parlamento, mas outros defendem a escolha novamente dos 200 membros do Congresso.

Além disso, o futuro do primeiro-ministro Ali Zeidan - que superou no fim de janeiro uma moção de censura no CGN - é incerto. Várias bancadas parlamentares buscam um acordo sobre um político de maior consenso para o cargo.

Para o analista político Sufien Al Mashri, "a Líbia se encaminha para a perdição. As armas circulam por todas as partes e reina a insegurança".

"O país está em um beco sem saíra, pois os novos dirigentes privilegiam os próprios interesses em detrimento dos interesses da nação. Estão apegados ao poder".

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Trípoli - A Líbia celebrava nesta segunda-feira o terceiro aniversário do início da revolução que derrubou o regime de Muamar Kadhafi em 2011 em um clima de incerteza, profunda crise política e persistente insegurança.

O primeiro-ministro Ali Zeidan pediu aos líbios que superem as dificuldades políticas e econômicas que paralisam o país. Prosseguir com a revolução representa um "desafio" para os líbios, disse, antes de reconhecer que "a aventura não é fácil" e está repleta de "dificuldades".

Mas destacou os avanços alcançados com o "fim de um poder individual e tirânico", entre eles o da liberdade de expressão.

Nenhum evento oficial foi programado para o aniversário. Mas celebrações espontâneas acontecem desde sábado em várias cidades, em especial Benghazi (leste), onde aconteceu a primeira manifestação contra o regime em 15 de fevereiro de 2011, antes que a revolta adquirisse uma forma mais organizada a partir de 17 de fevereiro.

A revolta, que virou um conflito armado, deixou milhares de mortos e feridos. Provocou a queda do coronel Kadhafi no fim de agosto, seguida por sua morte em 20 de outubro de 2011.

Muitos líbios, no entanto, não têm motivos para comemorar a data.

"Não há razão para ter orgulho no que diz respeito à atual situação do país", escreveu no Twitter o internauta "Tripolitanian".

"Nada foi feito em três anos. Continuamos na mesma", afirmou à AFP Ahmed Fitouri, estudante universitário.

"A revolução foi roubada do povo por políticos que não fazem nada mais que brigar", completou.

Afetado pela anarquia e caos, o país sofre com uma crise política sem precedentes.


O Congresso Geral Nacional (CGN, Parlamento), a principal autoridade política e legislativa, enfrenta desde o fim de janeiro um movimento de protesto em consequência da polêmica decisão de prorrogar seu mandato, que a princípio acabava em 7 de fevereiro.

Eleito em julho de 2012, o Congresso tinha por missão organizar eleições gerais após a aprovação de uma Constituição que ainda não começou a ser redigida.

Sob pressão das ruas, o Congresso anunciou no domingo um acordo entre os blocos políticos para eleições gerais que designem novas autoridades de transição, à espera da Constituição.

Mas ainda não foi possível chegar a um consenso sobre o novo sistema político que deve ser adotado para a próxima etapa de transição.

Alguns se declaram a favor da eleição de um presidente e de um Parlamento, mas outros defendem a escolha novamente dos 200 membros do Congresso.

Além disso, o futuro do primeiro-ministro Ali Zeidan - que superou no fim de janeiro uma moção de censura no CGN - é incerto. Várias bancadas parlamentares buscam um acordo sobre um político de maior consenso para o cargo.

Para o analista político Sufien Al Mashri, "a Líbia se encaminha para a perdição. As armas circulam por todas as partes e reina a insegurança".

"O país está em um beco sem saíra, pois os novos dirigentes privilegiam os próprios interesses em detrimento dos interesses da nação. Estão apegados ao poder".

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