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Líbia: após 100 dias de bombardeios, conflito se estanca

Papandreou e ministro das Finanças Vangelis Venizelos

Destroços na Líbia: Otan assumiu os bombardeios em 31 de março (Mahmud Turkia/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2011 às 17h44.

Benghazi, Líbia - Cem dias depois do início dos bombardeios na Líbia por países da Otan, para ajudar os rebeldes - que controlam o leste do país e tentam chegar a Trípoli pelo oeste -, o conflito parece estagnado, com Muammar Kadafi ainda à frente do poder.

Desde o dia 19 de março, data do início da ofensiva dos Estados Unidos, França e Reino Unido, sob mandato da ONU, e das primeiras missões de aviões de combate franceses no leste, a Aliança Atlântica ainda ataca o conjunto do território líbio.

A Otan, que no dia 31 de março tomou o controle das operações e bombardeia diariamente dezenas de alvos, está prestes a chegar à ação número 5 mil.

A maioria dos alvos são em Trípoli ou nos arredores da capital, que permanece sob o controle do coronel Kadafi, assim como as regiões de Misrata (200 quilômetros ao leste de Tripoli) e Brega (800 quilômetros a leste da capital), e as montanhas de Nafusa, ao sul.

Nesta guerra travada em várias frentes, cada um dos dois lados pode reivindicar apenas um pequeno número de vitórias incontestáveis.

A aliança ocidental conseguiu, no princípio, expulsar as tropas de Kadafi a até uma boa distância de Benghazi - o foco da oposição no leste do país - e de Misrata. No entanto, depois os rebeldes não conseguiram mais avançar de forma definitiva, ao mesmo tempo em que as forças de segurança também não conseguem se impor.

A situação atual é de estagnação, com os insurgentes mantendo suas posições ao redor de Misrata e de Ajdabiya, perto de Brega.

"Tem estado tudo tranquilo por aqui", relatava na noite de domingo, na véspera do centésimo dia da intervenção ocidental, um rebelde em Ajbadiya, Musa Maghrebi. "As tropas ocupam as mesmas posições", explicou.


Apenas nas montanhas de Nafusa as forças rebeldes, compostas por elementos irregulares e desertores das unidades governamentais, conseguem preparar caminho avançando em direção a Trípoli.

Segundo o correspondente da AFP no local, os rebeldes chegaram na segunda-feira a cerca de 50 km da capital, depois de tomarem uma pequena colina a 15 km do ponto estratégico de Bir Al Ghanam.

Apesar dos poucos sucessos da Otan no trabalho de neutralizar as tropas de Kadafi, a maioria dos líbios do leste ainda apoia fortemente as ações da Aliança.

Musa Mbarak Al Okaili, de 46 anos - cujo irmão morreu há 100 dias defendendo Benghazi, quando seu avião, um MIG-23, foi abatido pelas forças do ditador líbio -, reconhece que a Otan contribuiu para evitar uma matança.

"Se a Otan não entrasse em ação, ou se não fossem pessoas como o meu irmão, o exército de Kadafi já teria invadido Benghazi", afirma sentado perto da casa de sua família.

Poucos são os habitantes que duvidam da magnitude que a matança tomaria se não fosse a intervenção da Otan.

Este é um argumento que a Aliança Atlântica utiliza para responder às crescentes críticas de alguns membros devido a duração do conflito. E, principalmente, quando países como a Itália propõem a ideia de um cessar-fogo.

"Há três meses, Bengasi era ameaçada e Misrata tinha sido sitiada e olhem agora, em comparação, como está a situação", afirma Oana Lungescu, uma porta-voz da Otan.

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Benghazi, Líbia - Cem dias depois do início dos bombardeios na Líbia por países da Otan, para ajudar os rebeldes - que controlam o leste do país e tentam chegar a Trípoli pelo oeste -, o conflito parece estagnado, com Muammar Kadafi ainda à frente do poder.

Desde o dia 19 de março, data do início da ofensiva dos Estados Unidos, França e Reino Unido, sob mandato da ONU, e das primeiras missões de aviões de combate franceses no leste, a Aliança Atlântica ainda ataca o conjunto do território líbio.

A Otan, que no dia 31 de março tomou o controle das operações e bombardeia diariamente dezenas de alvos, está prestes a chegar à ação número 5 mil.

A maioria dos alvos são em Trípoli ou nos arredores da capital, que permanece sob o controle do coronel Kadafi, assim como as regiões de Misrata (200 quilômetros ao leste de Tripoli) e Brega (800 quilômetros a leste da capital), e as montanhas de Nafusa, ao sul.

Nesta guerra travada em várias frentes, cada um dos dois lados pode reivindicar apenas um pequeno número de vitórias incontestáveis.

A aliança ocidental conseguiu, no princípio, expulsar as tropas de Kadafi a até uma boa distância de Benghazi - o foco da oposição no leste do país - e de Misrata. No entanto, depois os rebeldes não conseguiram mais avançar de forma definitiva, ao mesmo tempo em que as forças de segurança também não conseguem se impor.

A situação atual é de estagnação, com os insurgentes mantendo suas posições ao redor de Misrata e de Ajdabiya, perto de Brega.

"Tem estado tudo tranquilo por aqui", relatava na noite de domingo, na véspera do centésimo dia da intervenção ocidental, um rebelde em Ajbadiya, Musa Maghrebi. "As tropas ocupam as mesmas posições", explicou.


Apenas nas montanhas de Nafusa as forças rebeldes, compostas por elementos irregulares e desertores das unidades governamentais, conseguem preparar caminho avançando em direção a Trípoli.

Segundo o correspondente da AFP no local, os rebeldes chegaram na segunda-feira a cerca de 50 km da capital, depois de tomarem uma pequena colina a 15 km do ponto estratégico de Bir Al Ghanam.

Apesar dos poucos sucessos da Otan no trabalho de neutralizar as tropas de Kadafi, a maioria dos líbios do leste ainda apoia fortemente as ações da Aliança.

Musa Mbarak Al Okaili, de 46 anos - cujo irmão morreu há 100 dias defendendo Benghazi, quando seu avião, um MIG-23, foi abatido pelas forças do ditador líbio -, reconhece que a Otan contribuiu para evitar uma matança.

"Se a Otan não entrasse em ação, ou se não fossem pessoas como o meu irmão, o exército de Kadafi já teria invadido Benghazi", afirma sentado perto da casa de sua família.

Poucos são os habitantes que duvidam da magnitude que a matança tomaria se não fosse a intervenção da Otan.

Este é um argumento que a Aliança Atlântica utiliza para responder às crescentes críticas de alguns membros devido a duração do conflito. E, principalmente, quando países como a Itália propõem a ideia de um cessar-fogo.

"Há três meses, Bengasi era ameaçada e Misrata tinha sido sitiada e olhem agora, em comparação, como está a situação", afirma Oana Lungescu, uma porta-voz da Otan.

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