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Letônia entra na zona do euro após anos de austeridade

O país báltico de apenas dois milhões de habitantes se tornou o décimo oitavo membro da zona do euro na virada do ano

Primeiro Ministro da Letônia, Valdis Dombrovskis, posa com uma nota de Euro ( REUTERS Ints Kalnins)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de janeiro de 2014 às 11h14.

São Paulo - A Letônia se juntou à zona do euro nesta quarta-feira, apostando na sua experiência com políticas de austeridade traga benefícios numa união monetária onde outras economias tiveram dificuldades.

O país báltico de apenas dois milhões de habitantes se tornou o décimo oitavo membro da zona do euro na virada do ano, se distanciando ainda mais da sombra da vizinha Rússia , uma década depois de se juntar à União Europeia (UE) e à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

O primeiro-ministro em exercício Valdis Dombrovskis, que comandou a Letônia durante a pior crise econômica desde que o país deixou a ex-União Soviética, afirmou que a adoção do euro é uma oportunidade, mas não uma garantia de riqueza, e que a Letônia não deve afrouxar a política fiscal.

"Isso não é uma desculpa para não buscarmos uma política macroeconômica e fiscal responsável", disse ele, após sacar, depois da meia-noite, a primeira nota de euro de um caixa eletrônico em Riga.

A cerimônia da mudança para o euro se deu no lugar onde a crise da Letônia começou, na antiga sede do falido banco Parex, agora sede do banco estatal Citatele, que emergiu do que restou do Parex.

O Parex, então um dos maiores bancos do país, faliu no fim de 2008, forçando a Letônia a buscar socorro internacional para manter o seu câmbio atrelado ao euro.

A economia encolheu em um quarto entre 2008 e 2010, mas então cresceu de novo, no ritmo mais acelerado dentro da UE, aumentando em 5,6 por cento em 2012, depois que o governo cortou gastos e aumentou impostos num dos programas de austeridade mais duros da Europa.


O esforço letão ganhou elogios da UE e foi apontado várias vezes como um exemplo de que a austeridade pode funcionar.

"Graças a esses esforços a Letônia vai entrar mais forte do que nunca na zona do euro, enviando assim uma mensagem encorajadora para outros países que enfrentam um difícil ajuste econômico", declarou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, nesta terça-feira.

Ainda assim, há algumas preocupações. O Banco Central Europeu alertou a Letônia que o alto grau de depósitos estrangeiros, a maior parte da Rússia, nos bancos do país, é um fator de risco, como no caso do Chipre.

A Letônia também entra na zona do euro sem um governo permanente, já que Dombrovskis renunciou em dezembro, assumindo a responsabilidade política pelo desabamento de um supermercado que matou 54 pessoas.

As pesquisas de opinião mostram que os letões estão divididos em relação ao euro. Muitos se preocupam que a nova moeda possa virar uma desculpa para um aumento de preços.

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São Paulo - A Letônia se juntou à zona do euro nesta quarta-feira, apostando na sua experiência com políticas de austeridade traga benefícios numa união monetária onde outras economias tiveram dificuldades.

O país báltico de apenas dois milhões de habitantes se tornou o décimo oitavo membro da zona do euro na virada do ano, se distanciando ainda mais da sombra da vizinha Rússia , uma década depois de se juntar à União Europeia (UE) e à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

O primeiro-ministro em exercício Valdis Dombrovskis, que comandou a Letônia durante a pior crise econômica desde que o país deixou a ex-União Soviética, afirmou que a adoção do euro é uma oportunidade, mas não uma garantia de riqueza, e que a Letônia não deve afrouxar a política fiscal.

"Isso não é uma desculpa para não buscarmos uma política macroeconômica e fiscal responsável", disse ele, após sacar, depois da meia-noite, a primeira nota de euro de um caixa eletrônico em Riga.

A cerimônia da mudança para o euro se deu no lugar onde a crise da Letônia começou, na antiga sede do falido banco Parex, agora sede do banco estatal Citatele, que emergiu do que restou do Parex.

O Parex, então um dos maiores bancos do país, faliu no fim de 2008, forçando a Letônia a buscar socorro internacional para manter o seu câmbio atrelado ao euro.

A economia encolheu em um quarto entre 2008 e 2010, mas então cresceu de novo, no ritmo mais acelerado dentro da UE, aumentando em 5,6 por cento em 2012, depois que o governo cortou gastos e aumentou impostos num dos programas de austeridade mais duros da Europa.


O esforço letão ganhou elogios da UE e foi apontado várias vezes como um exemplo de que a austeridade pode funcionar.

"Graças a esses esforços a Letônia vai entrar mais forte do que nunca na zona do euro, enviando assim uma mensagem encorajadora para outros países que enfrentam um difícil ajuste econômico", declarou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, nesta terça-feira.

Ainda assim, há algumas preocupações. O Banco Central Europeu alertou a Letônia que o alto grau de depósitos estrangeiros, a maior parte da Rússia, nos bancos do país, é um fator de risco, como no caso do Chipre.

A Letônia também entra na zona do euro sem um governo permanente, já que Dombrovskis renunciou em dezembro, assumindo a responsabilidade política pelo desabamento de um supermercado que matou 54 pessoas.

As pesquisas de opinião mostram que os letões estão divididos em relação ao euro. Muitos se preocupam que a nova moeda possa virar uma desculpa para um aumento de preços.

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