Mundo

Lei do "Brexit" recebe amplo apoio na Câmara dos Comuns

O Partido Conservador, com mais da metade das cadeiras, somou o apoio de grande parte do Partido Trabalhista, o principal da oposição

Brexit: May prevê cumprir com seu calendário inicial e notificar a Bruxelas a intenção de deixar o bloco antes do início de abril (Neil Hall / Reuters)

Brexit: May prevê cumprir com seu calendário inicial e notificar a Bruxelas a intenção de deixar o bloco antes do início de abril (Neil Hall / Reuters)

E

EFE

Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 18h28.

Londres - A lei que permitirá que o governo britânico inicie as negociações sobre a futura saída do Reino Unido da União Europeia (UE) passou com considerável vantagem em maioria nesta quarta-feira pelo primeiro trâmite parlamentar na Câmara dos Comuns.

O Partido Conservador, com mais da metade das cadeiras, somou o apoio de grande parte do Partido Trabalhista, o principal da oposição, para dar sinal verde, por 498 votos a favor e 114 contra, a uma legislação que previsivelmente receberá o respaldo definitivo da câmara baixa na próxima semana.

Cerca de 30 deputados trabalhistas se rebelaram contra a orientação de voto imposta pelo líder, Jeremy Corbyn, e se posicionaram contra a lei, junto com o Partido Nacionalista Escocês (SNP) e a maioria dos liberais-democratas.

Em um trâmite parlamentar acelerado, os Comuns darão previsivelmente na próxima quarta-feira o sinal verde final a uma breve norma que se submeterá à apuração da Câmara dos Lordes.

Uma sentença do Tribunal Supremo obrigou a primeira-ministra, a conservadora Theresa May, a pedir permissão aos deputados para ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, a formalidade que dará início a dois anos de negociações entre o Reino Unido e os 27 Estados-membros restantes do bloco.

Apesar desse revés judicial, May prevê cumprir com seu calendário inicial e notificar a Bruxelas a intenção de deixar o bloco antes do início de abril.

Ed Miliband, ex-líder do Partido Trabalhista, ressaltou diante dos deputados nesta quarta-feira a intenção de apoiar os planos do governo conservador, apesar de ter feito campanha pela permanência na União Europeia antes da consulta popular no ano passado.

Na opinião de Miliband, o ato de se opor agora à ruptura significaria que "aquelas pessoas que votaram a favor do 'Brexit' porque se sentiam ignoradas estariam sendo ignoradas de novo".

Na mesma linha, o conservador George Osborne, ex-ministro de Economia, disse que "colocar o parlamento contra o povo" provocaria uma "profunda crise constitucional" no país.

O líder liberal-democrata, Tim Farron, afirmou por outro lado que sua formação acredita que os "desafios" enfrentados pelo Reino Unido seriam melhor resolvidos "como membro da União Europeia" e que o partido não renunciará à "identidade" europeísta apesar do resultado da consulta popular sobre a UE.

O independentista escocês Alex Salmond alertou que ativar a saída do bloco é uma "loucura política" e acusou o governo britânico de estar "arrastando todo o país para um poço".

Acompanhe tudo sobre:BrexitReino UnidoUnião Europeia

Mais de Mundo

Exército sudanês recupera cidade-chave controlada por paramilitares

Extrema direita alemã expõe seus planos radicais às vésperas das eleições

Procurador responsável por investigações contra Trump renuncia

México vai enviar reforços aos EUA para combate incêndios em Los Angeles