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Lavrov diz a Turquia que ataque dos EUA a Síria é "inadmissível"

Na opinião de Washington, Moscou descumpriu o acordo de eliminação de armas químicas na Síria, que evitou em 2013 a invasão americana

Chanceler russo, Sergei Lavrov: "Lavrov insistiu que o ato de agressão contra a Síria perpetrado por Washington sob uma desculpa inventada é inadmissível" (Andrey Rudakov/Bloomberg)
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EFE

Publicado em 10 de abril de 2017 às 16h46.

Moscou - O ministro das Relações Exteriores da Rússia , Sergey Lavrov, disse nesta segunda-feira em uma conversa por telefone com seu colega ministro das Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu, que o ataque lançado na sexta-feira passada pelos Estados Unidos contra uma base aérea síria é "inadmissível".

"Lavrov insistiu que o ato de agressão contra a Síria perpetrado por Washington sob uma desculpa inventada é inadmissível", informou o órgão em comunicado.

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Ele também destacou que "os planos de Moscou para fazer uma investigação internacional imparcial" do ataque químico, presumivelmente cometido pelo regime sírio, ocorrido na província síria de Idlib em 4 de abril, "com o objetivo de esclarecer o ocorrido", e respondido pelos Estados Unidos.

"Çavusoglu concordou com a necessidade de tal investigação", acrescentou.

Eles conversaram ainda sobre a necessidade de trabalhar conjuntamente para apoiar o cessar-fogo, em vigor desde 30 de dezembro, e ativar as negociações de paz, tanto em Genebra quanto em Astana.

Esta conversação precede à chegada amanhã a Moscou do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, uma visita para pressionar o Kremlin a retirar seu apoio a Damasco.

Desde o ataque químico, do qual o Ocidente acusa o regime sírio de Bashar al-Assad, Tillerson não deixou de acusar a Rússia de ser responsável "moral" pela morte de, aproximadamente, 90 pessoas.

Na opinião de Washington, Moscou descumpriu o acordo de eliminação de armas químicas na Síria, que evitou em 2013 a invasão americana e que foi forjado praticamente sob a mesa pelo presidente russo, Vladimir Putin, e Assad.

"Acreditamos que chegou a hora de os russos pensarem seriamente no apoio ao regime de Assad", disse Tillerson.

O ataque com mísseis Tomahawk contra uma base aérea síria foi um golpe para o Kremlin, que não pensou duas vezes em taxá-lo de "agressão contra um aliado da Rússia" e de flagrante violação do direito internacional.

Além disso, assegurou que o bombardeio representa uma reviravolta tanto para a luta contra o terrorismo internacional quanto para o processo de paz e o cessar-fogo em Síria, cujos fiadores são Rússia, Turquia e Irã.

Putin e o governante iraniano, Hassan Rohani, condenaram no fim de semana o bombardeio e se mostraram favoráveis a uma investigação objetiva e imparcial do ataque.

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