Lançamento de míssil: Coreia do Norte parece ter falhado em lançamento de projeteis, afirma Seul (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 3 de novembro de 2022 às 07h08.
A Coreia do Norte aparentemente falhou no lançamento de um míssil intercontinental (ICBM) nesta quinta-feira, anunciou o exército da Coreia do Sul, após uma série recorde de disparos de projéteis do país comunista nas últimas 24 horas.
Os disparos levaram Coreia do Sul e Estados Unidos a prorrogar as manobras aéreas conjuntas esta semana, as maiores já organizadas pelos dois países que Pyongyang considera uma ameaça.
Moradores de uma ilha sul-coreana e de áreas do norte do Japão receberam alertas para procurar refúgios depois dos lançamentos de quinta-feira, que também incluíram dois mísseis de curto alcance.
O lançamento mais importante, no entanto, parece ter falhado. "O lançamento de um ICBM pela Coreia do Norte supostamente terminou em fracasso", afirmou o exército sul-coreano.
Apesar do fracasso, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, condenou o lançamento do ICBM norte-coreano e pediu a todas as nações que reforcem as sanções contra Pyongyang, alegando que o regime violou as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
O Estado-Maior Conjunto sul-coreano afirmou que detectou durante a manhã de quinta-feira o lançamento do míssil balístico de longo alcance, o ICBM, seguido de dois mísseis de curto alcance.
"A capacidade do míssil balístico de longo alcance era de quase 760 km, uma altura de 1.920 km e uma velocidade de Mach 15", equivalente a 15 vezes a velocidade do som, afirmaram os militares sul-coreanos.
Seul acrescentou que "os mísseis de curto alcance percorreram quase 330 km a uma altura de cerca de 70 km, com velocidade de Mach 5".
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Os disparos aconteceram um dia depois de o país comunista governado por Kim Jong Un lançar mais de 20 projéteis, incluindo um que caiu em águas territoriais sul-coreanas.
A imprensa sul-coreana afirmou que as sirenes de ataque aéreo foram acionadas novamente na ilha de Ulleungdo (leste). Os moradores da localidade receberam alertas na quarta-feira para buscar refúgio depois que um míssil cruzou a fronteira marítima entre as Coreias.
O governo japonês também emitiu um alerta um pouco antes das 8H00 locais (20H00 de Brasília, quarta-feira) para os habitantes de áreas do norte do país, que deveriam procurar abrigos.
Tóquio afirmou em um primeiro momento que um míssil sobrevoou o território japonês, mas o ministro da Defesa, Yasukazu Hamada, afirmou depois que o míssil não atravessou o país, "mas desapareceu no Mar do Japão" entre o arquipélago e a península coreana.
Como o disparo foi "acompanhado por alertas de evacuação, isto sugere com força o lançamento de um míssil de alcance intermediário ou um míssil intercontinental de pleno alcance", tuitou Chad O'Carroll, do site especializado NK News em Seul.
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"O segundo pode ser muito preocupante para alguns se atingir com sucesso uma distância significativa", acrescentou.
Estados Unidos e Coreia do Sul alertam há vários meses que a série recente de disparos de Pyongyang pode resultar no sétimo teste nuclear da história do país.
A série de lançamentos indica "uma boa possibilidade de que o próximo teste será de armas nucleares táticas. Provavelmente muito em breve", disse O'Carroll.
O analista Ahn Chan-il também opinou que "estes são eventos de pré-celebração da Coreia do Norte antes de seu próximo teste nuclear".
"Também parecem uma série de testes práticos para sua mobilização nuclear tática", acrescentou.
Em 4 de outubro, a Coreia do Norte disparou um míssil que sobrevoou o Japão e provocou alertas para que moradores abandonassem suas casas.
O regime de Pyongyang afirmou que testou um "novo tipo de míssil balístico terra-terra de alcance intermediário" e que, ao lado de outros testes, eram "exercícios nucleares táticos" que simulavam um ataque contra a Coreia do Sul.
A série de lançamentos coincide com as manobras militares que receberam o nome de "Tempestade Vigilante", dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, com centenas de aviões mobilizados pelos dois lados.
A Coreia do Norte afirmou que os exercícios eram "agressivos e provocadores".
Na quarta-feira, entre os 20 projéteis disparados, um deles cruzou a linha limite norte, a fronteira marítima de fato entre as duas Coreias.
O presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol disse que o lançamento constitui "uma invasão territorial de fato" e seu exército respondeu com três mísseis ar-terra que caíram perto desta fronteira.
Kim Jong Un multiplicou os testes militares este ano e mudou recentemente as leis para declarar como "irreversível" seu arsenal atômico, descartando assim a possibilidade de negociar uma desnuclearização.
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