Lamy: diferenças na Rodada Doha são 'insuperáveis'
Rascunho de documento publicado ontem mostra que processo da Rodada Doha está seriamente ameaçado
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2011 às 10h36.
Genebra - Dez anos de negociações, milhares de horas de reuniões, milhões de dólares gastos para promover encontros e viagens de diplomatas, discursos e, finalmente, uma constatação alarmante: pelo menos hoje, as diferenças de posição entre os países na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) são "insuperáveis" e o processo está "seriamente ameaçado". Ontem, o diretor da entidade, Pascal Lamy, publicou o que seria um rascunho do acordo comercial mais ambicioso da história, com mais de 600 páginas.
Mas no lugar de apontar um potencial entendimento, o documento revelou a profunda "fratura política" existente entre Estados Unidos, de um lado, e Brasil, China e Índia de outro. Isso mesmo diante das repetidas declarações do G-20 (o grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia) pedindo a conclusão da rodada em 2011.
Para experientes diplomatas em Genebra, a crise é um reflexo da transição para um novo equilíbrio de poder que se estabelece no mundo, com os emergentes passando a assumir um novo papel. Em Doha, há dez anos, essa realidade não estava clara. Hoje, a China é o maior exportador do planeta, a Índia potencialmente o maior mercado e o Brasil, o terceiro maior exportador agrícola.
Americanos querem que os três emergentes deixem de ser tratados como países pobres e façam concessões, abrindo seus mercados em expansão. Lamy, em seu texto, indica que Washington e Bruxelas consideram a atual negociação como "a última chance de equiparar" as tarifas de importação dos emergentes e dos ricos. Só no caso do Brasil, isso significaria levar a zero mais de 3 mil tarifas.
Do outro lado, China, Brasil e Índia se recusam a aceitar as exigências impostas pelos Estados Unidos, alegando que ainda têm desafios sociais importantes e que não renunciarão ao status de país em desenvolvimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Genebra - Dez anos de negociações, milhares de horas de reuniões, milhões de dólares gastos para promover encontros e viagens de diplomatas, discursos e, finalmente, uma constatação alarmante: pelo menos hoje, as diferenças de posição entre os países na Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) são "insuperáveis" e o processo está "seriamente ameaçado". Ontem, o diretor da entidade, Pascal Lamy, publicou o que seria um rascunho do acordo comercial mais ambicioso da história, com mais de 600 páginas.
Mas no lugar de apontar um potencial entendimento, o documento revelou a profunda "fratura política" existente entre Estados Unidos, de um lado, e Brasil, China e Índia de outro. Isso mesmo diante das repetidas declarações do G-20 (o grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia) pedindo a conclusão da rodada em 2011.
Para experientes diplomatas em Genebra, a crise é um reflexo da transição para um novo equilíbrio de poder que se estabelece no mundo, com os emergentes passando a assumir um novo papel. Em Doha, há dez anos, essa realidade não estava clara. Hoje, a China é o maior exportador do planeta, a Índia potencialmente o maior mercado e o Brasil, o terceiro maior exportador agrícola.
Americanos querem que os três emergentes deixem de ser tratados como países pobres e façam concessões, abrindo seus mercados em expansão. Lamy, em seu texto, indica que Washington e Bruxelas consideram a atual negociação como "a última chance de equiparar" as tarifas de importação dos emergentes e dos ricos. Só no caso do Brasil, isso significaria levar a zero mais de 3 mil tarifas.
Do outro lado, China, Brasil e Índia se recusam a aceitar as exigências impostas pelos Estados Unidos, alegando que ainda têm desafios sociais importantes e que não renunciarão ao status de país em desenvolvimento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.