Kirchner é indiciada por supostas irregularidades no BC
A ex-presidente argentina foi indiciada por supostas irregularidades em contratos de venda futura de dólar no Banco Central do país
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2016 às 18h07.
Buenos Aires - A Justiça da Argentina determinou nesta sexta-feira o indiciamento da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) em uma investigação sobre supostas irregularidades em contratos de venda futura de dólar no banco central do país (BCRA) na parte final de seu mandato, informaram fontes judiciais.
O juiz Claudio Bonadio ordenou o indiciamento da ex-presidente pelo crime de "administração infiel em prejuízo da administração pública, no marco da causa do dólar futuro", disse o Centro de Informação Judicial (CIJ).
Também foram processados o ex-ministro da Economia Axel Kicillof, o ex-diretor do BCRA Alejandro Vanoli e outros 12 acusados. Todos terão embargados bens no valor de 15 milhões de pesos cada um (mais de US$ 1 milhão).
A investigação foi aberta pela denúncia de parlamentares integrantes da frente Mudemos, liderada pelo atual presidente da Argentina, Mauricio Macri.
Segundo os denunciantes, por meio da realização de contratos de futuros, o Banco Central teria vendido dólares a 10,65 pesos por unidade, abaixo do preço estabelecido na Bolsa de Nova York para este tipo de contratos (na época, por volta de 14 pesos).
Bonadio entende que, devido à diferença entre o preço pactuado e o do mercado, nos contratos fechados (setembro a dezembro 2015) o Banco Central registrou uma prejuízo de 1,552 bilhão de pesos (US$ 105,5 milhões). A esse valor devem ser somadas as perdas derivadas da execução de contratos entre janeiro e junho.
No auto de processamento, o juiz afirmou hoje que "é impensável que uma operação financeira desta magnitude, na qual em menos de 45 dias úteis foram abertas posições do BCRA de US$ 5 bilhões a US$ 17 bilhões" e "que teria claros efeitos econômicos e políticos em um futuro imediato", ocorra "sem a aprovação expressa do mais alto nível de decisão econômico e político do Poder Executivo Nacional".
"É evidente que a então presidente da Nação deu instruções - que sem dúvida foram elaboradas em conjunto - a seu ministro da Economia para que esta operação financeira fosse realizada", acrescentou Bonadio.
De acordo com o juiz, Kicillof orientou os funcionários do BCRA e "certamente" os diretores da Comissão Nacional de Valores (CNV), "todos os quais" eram "totalmente substituíveis em caso de dissidência com a ordem, ou no caso de serem remissos ao acatamento".
Texto atualizado às 18h07
Buenos Aires - A Justiça da Argentina determinou nesta sexta-feira o indiciamento da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) em uma investigação sobre supostas irregularidades em contratos de venda futura de dólar no banco central do país (BCRA) na parte final de seu mandato, informaram fontes judiciais.
O juiz Claudio Bonadio ordenou o indiciamento da ex-presidente pelo crime de "administração infiel em prejuízo da administração pública, no marco da causa do dólar futuro", disse o Centro de Informação Judicial (CIJ).
Também foram processados o ex-ministro da Economia Axel Kicillof, o ex-diretor do BCRA Alejandro Vanoli e outros 12 acusados. Todos terão embargados bens no valor de 15 milhões de pesos cada um (mais de US$ 1 milhão).
A investigação foi aberta pela denúncia de parlamentares integrantes da frente Mudemos, liderada pelo atual presidente da Argentina, Mauricio Macri.
Segundo os denunciantes, por meio da realização de contratos de futuros, o Banco Central teria vendido dólares a 10,65 pesos por unidade, abaixo do preço estabelecido na Bolsa de Nova York para este tipo de contratos (na época, por volta de 14 pesos).
Bonadio entende que, devido à diferença entre o preço pactuado e o do mercado, nos contratos fechados (setembro a dezembro 2015) o Banco Central registrou uma prejuízo de 1,552 bilhão de pesos (US$ 105,5 milhões). A esse valor devem ser somadas as perdas derivadas da execução de contratos entre janeiro e junho.
No auto de processamento, o juiz afirmou hoje que "é impensável que uma operação financeira desta magnitude, na qual em menos de 45 dias úteis foram abertas posições do BCRA de US$ 5 bilhões a US$ 17 bilhões" e "que teria claros efeitos econômicos e políticos em um futuro imediato", ocorra "sem a aprovação expressa do mais alto nível de decisão econômico e político do Poder Executivo Nacional".
"É evidente que a então presidente da Nação deu instruções - que sem dúvida foram elaboradas em conjunto - a seu ministro da Economia para que esta operação financeira fosse realizada", acrescentou Bonadio.
De acordo com o juiz, Kicillof orientou os funcionários do BCRA e "certamente" os diretores da Comissão Nacional de Valores (CNV), "todos os quais" eram "totalmente substituíveis em caso de dissidência com a ordem, ou no caso de serem remissos ao acatamento".
Texto atualizado às 18h07