Mundo

Kim Jong-Un se torna Marechal na Coreia do Norte

Líder do país é o terceiro a ganhar o título, anteriormente ostentado por seu pai e seu avô

Kim Jong-Un acena para soldados em Pyongyang no dia 12 de julho: líder da Coreia do Norte se tornou Marechal (AFP)

Kim Jong-Un acena para soldados em Pyongyang no dia 12 de julho: líder da Coreia do Norte se tornou Marechal (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2012 às 10h33.

Seul - O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un, foi nomeado Marechal nesta quarta-feira, título que apenas seu avô e seu pai ostentaram anteriormente, mais um indício de que está consolidando seu poder no país.

"Foi tomada a decisão de conceder o título de 'Marechal da República Popular Democrática da Coreia' a Kim Jong-Un, comandante supremo do Exército popular coreano", anunciou nesta quarta-feira a KCNA, a agência oficial de Pyongyang.

Esta medida foi decidida na terça-feira por vários líderes de alto escalão do Estado e do Partido dos Trabalhadores, o partido único no poder.

As duas únicas pessoas que receberam antes este título são seu avô, Kim Il-Sung, fundador da Coreia do Norte e que dirigiu o país até sua morte, em 1994, e seu pai Kim Jong-Il, líder de 1994 a 2001.

Depois da morte deste último, seu filho de menos de trinta anos - sua data de nascimento é desconhecida - o sucedeu.

"Ao se vestir como os Kims anteriores, Jong-Un se projeta como o sucessor legítimo do trono e reforça seu controle do poder", declarou à AFP o professor Kim Yong-Hyon, da universidade Dongguk.

Esta promoção é feita depois do anúncio de várias mudanças na liderança do poderoso exército norte-coreano, que conta com 1,2 milhão de soldados, ou seja, o quarto no mundo em termos de efetivos.

Na segunda-feira, Pyongyang anunciou a saída de Ri Yong-Ho, considerado uma das figuras chave do regime e que nos últimos meses estava, frequentemente, junto ao novo líder.

Ri foi afastado de todas as suas funções, entre elas a de comandante das forças armadas, "por razões de saúde", um pretexto, segundo os analistas.


Este anúncio público incomum em um dos países mais secretos e mais fechados do mundo, indica, segundo os especialistas, que Kim Jong-Un reforça seu controle militar.

Na terça-feira, o Norte anunciou a promoção ao grau de vice-marechal de uma pessoa próxima ao regime, Hyon Yong-Chol, que, de acordo com as evidências, deve substituir Ri.

Segundo o especialista Cheong Seong-Chang, do Instituto Sejong, Kim Jong-Un precisava de um novo título para aparecer como o verdadeiro chefe das forças militares de seu país.

Marechal da RPDC (República Popular Democrática da Coreia) é "o único título que Jong-Un ainda não possuía, depois de ocupar quase todas as funções supremas no seio do exército e do partido", acrescentou.

O jovem líder destituiu vários militares de alto escalão da geração de seu pai, entre os quais o ex-ministro das Forças Armadas Kim Yong-Chun e o chefe dos serviços secretos, U Dong-Chuk.

Sob a liderança de Kim Jong-Il, que promovia a doutrina de "Songun" ("o exército primeiro"), os militares aumentaram ainda mais seu poder. O exército está presente na agricultura, na pesca, nos projetos de construção, e controla, sobretudo, a maioria do comércio norte-coreano, estimado em 6,3 bilhões de dólares para 2011.

"Ocorreram tentativas recentes de retomar os setores mais rentáveis das mãos dos militares e de colocá-los sob o controle do governo", indicou uma autoridade do ministério sul-coreano das Relações Exteriores.

"Um verdadeiro controle sobre as forças armadas é crucial nos esforços do Norte para melhorar os meios de subsistência da população", acrescentou este funcionário ao jornal sul-coreano Joongang Daily.

Segundo a KCNA, a ascensão de Kim Jong-Un provocou cenas de alegria no país. "A notícia correu rápido, dando alegria e um orgulho enorme a toda a nação", afirmou a agência.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCoreia do Nortegestao-de-negociosLiderançaPolítica

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo