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Kim Jong-un justifica execução de seu tio

A surpreendente execução daquele que era considerado o 'número 2' do regime representa a maior mudança política desde a morte do ditador Kim Jong-il


	O líder norte-coreano Kim Jong-Un: o líder coreano advertiu que uma acidental disputa militar na Península de Coreia poderia desembocar em uma 'catástrofe nuclear'
 (Kns/AFP)

O líder norte-coreano Kim Jong-Un: o líder coreano advertiu que uma acidental disputa militar na Península de Coreia poderia desembocar em uma 'catástrofe nuclear' (Kns/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de janeiro de 2014 às 08h56.

Seul - O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, justificou nesta quarta-feira a recente execução de seu tio Jang Song-thaek e o chamou de 'escória', durante seu discurso de Ano Novo retransmitido ao vivo pela televisão pública do país.

'No ano passado tomamos a decisão de excluir facções de escória do partido e este expurgo anti-partido e antirrevolucionário nos fortaleceu', disse Kim durante uma mensagem de cerca de 25 minutos.

A surpreendente execução daquele que era considerado o 'número 2' do regime representa a maior mudança política na Coreia do Norte desde a morte do ditador Kim Jong-il em dezembro de 2011, que abriu as portas do poder para seu filho Kim Jong-un.

O regime de Pyongyang confirmou no último dia 13 de dezembro a execução de Jang Song-thaek, mentor do atual líder, e o acusou de traição e corrupção entre muitos outros crimes.

Até sua queda em desgraça, Jang ostentava vários cargos no Partido dos Trabalhadores, braço político do regime, entre eles o de vice-presidente da poderosa Comissão Nacional de Defesa.

A vizinha Coreia do Sul mostrou preocupação pela possível instabilidade no regime que a condenação à morte daquele que era um de seus maiores bastiões poderia gerar e não descartou 'provocações' de Pyongyang.

Durante o discurso de Ano Novo, o jovem líder do regime comunista fez um pedido para melhorar as relações com Seul, enquanto defendeu o fortalecimento militar de seu país, segundo a agência sul-coreana 'Yonhap'.

'Faremos esforços para melhorar as relações entre Norte e Sul', disse Kim, que pediu que Seul fizesse o mesmo.


Durante o seu discurso, o líder coreano fez múltiplas referências aos frequentes exercícios militares conjuntos que Seul e Washington realizam na Coreia do Sul e os qualificou como 'treinamento nuclear contra o Norte'.

Neste sentido, advertiu que uma acidental disputa militar na Península de Coreia poderia desembocar em uma 'catástrofe nuclear' e que os Estados Unidos 'nunca estarão a salvo'.

Kim insistiu, além disso, durante seu incomum discurso televisivo, em seu compromisso para promover o desenvolvimento econômico da empobrecida Coreia do Norte.

A última vez que se escutou a voz do ditador nos meios norte-coreanos foi em abril de 2013.

O jovem líder realizou seu primeiro discurso televisivo de Ano Novo em 2013, algo que seu pai, Kim Jong-il, nunca havia feito em 17 anos de mandato, pois preferia que suas palavras fossem divulgadas pelos jornais do regime. 

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