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Coreia do Norte aceita fechar principal área de testes balísticos

Líderes do Norte e Sul realizaram mais um encontro histórico e caminham rumo ao fim da guerra entre os países

Presidente sul-coreano disse que a Coreia do Norte aceitou "fechar de forma permanente" a área de testes de mísseis de Tongchang-ri (KCNA/ Reuters/Reuters)
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AFP

Publicado em 19 de setembro de 2018 às 08h17.

Última atualização em 19 de setembro de 2018 às 09h09.

O líder norte-coreano Kim Jong Un afirmou nesta quarta-feira que pode viajar a Seul em um futuro próximo, no que seria a primeira visita de um governante da Coreia do Norte à capital sul-coreana desde a divisão da península, e concordou em fechar um local de testes de mísseis.

"Prometi ao presidente Moon Jae-in que visitarei Seul em um futuro próximo", disse Kim durante a entrevista coletiva ao final da reunião de cúpula em Pyongyang.

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Moon Jae-in, que visitou a capital norte-coreana com o objetivo de relançar as negociações sobre a desnuclearização da Coreia do Norte Península, avaliou que a visita de Kim poderá ocorrer ainda este ano, sempre e quando não a impeçam "circunstâncias particulares".

O presidente sul-coreano anunciou ainda que a Coreia do Norte aceitou "fechar de forma permanente" a área de testes de mísseis de Tongchang-ri, também conhecida como Sohae, "na presença de especialistas dos países afetados".

A Coreia do Norte é alvo de múltiplas sanções do Conselho de Segurança da ONU devido a seus programas nuclear e balístico, proibidos, e já realizou vários lançamentos de mísseis a partir de Tongchang-ri.

Mas também anunciou disparos a partir de outras instalações, como o Aeroporto Internacional de Pyongyang, o que relativiza o alcance dos compromissos de Kim.

O presidente sul-coreano afirmou ainda que a Coreia do Norte poderá fechar o complexo nuclear de Yongbyon, desde que Washington adote as "medidas correspondentes", uma medida também formulada de forma vaga.

Degelo e diplomacia

Moon e Kim se encontraram em abril para uma primeira reunião muito simbólica na Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide a península.

Em junho aconteceu o encontro histórico, em Singapura, entre o líder norte-coreano e o presidente americano Donald Trump.

Na reunião de Singapura, Kim reiterou o compromisso norte-coreano a favor da desnuclearização da península, mas sem entrar em detalhes.

Washington e Pyongyang divergem sobre o que significa exatamente o compromisso.

O governo americano exige "uma desnuclearização definitiva e completamente verificada", enquanto o regime norte-coreano quer uma declaração oficial dos Estados Unidos para encerrar a guerra da Coreia, que terminou em 1953 com um simples armistício.

Neste contexto, uma visita de Kim a Seul - inédita desde o fim da guerra - permitiria ao Norte e ao Sul a retomada de projetos de cooperação.

O dirigente norte-coreano deseja que seu país se beneficie da potência econômica do Sul, enquanto Moon pretende afastar da península o fantasma de um devastador conflito intercoreano.

Modernidade

O jornal Rodong Sinmun, órgão oficial do Partido Comunista que governa o Norte, fez uma grande cobertura da reunião, com a publicação de 35 fotos em quatro de suas seis páginas na edição desta quarta-feira.

A primeira página tem imagens do cumprimento entre os dois governantes no aeroporto de Pyongyang e da aclamação, cuidadosamente coreografada, durante a passagem de Kim e Moon pelas ruas da capital.

Pyongyang quer passar uma imagem de modernidade, o que se reflete em vários eventos previstos no programa oficial.

Nesta quarta-feira, Moon e sua delegação deveriam jantar em um restaurante de frutos do mar recentemente inaugurado ao lado do Taedonggang, o rio que atravessa a capital.

O local fica diante da colina Mansu, onde as estátuas gigantes do fundador da Coreia do Norte, Kim Il Sung, e de seu filho e sucessor, Kim Jong Il, dominam a paisagem.

Moon também deve comparecer a um "espetáculo das massas", com milhares de figurantes nas arquibancadas do Estádio Primeiro de Maio.

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