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Kiev e Washington lançam manobras militares na Ucrânia

As manobras, que durarão até 31 de julho, contam com a participação de tropas, tanques e helicópteros americanos, o que poderá provocar uma reação russa


	Forças de segurança em Kiev, na Ucrânia: os exercícios acontecem enquanto as tropas de Kiev continuam combatendo os rebeldes separatistas do leste do país
 (Shamil Zhumatov/Reuters)

Forças de segurança em Kiev, na Ucrânia: os exercícios acontecem enquanto as tropas de Kiev continuam combatendo os rebeldes separatistas do leste do país (Shamil Zhumatov/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2015 às 11h30.

Ucrânia e Estados Unidos lançaram nesta segunda-feira uma série de manobras no oeste nacionalista ucraniano, das quais participam mais 16 nações, para mostrar apoio a Kiev no combate no leste separatista pró-Rússia.

As manobras "Rapid Trident", que durarão até 31 de julho, contam com a participação de tropas, tanques e helicópteros americanos, o que poderá provocar uma reação da Rússia.

Os exercícios acontecem enquanto as tropas de Kiev continuam combatendo os rebeldes separatistas do leste do país, em um conflito que deixou mais de 6.500 mortos em 15 meses.

Na cerimônia de abertura das manobras, soldados americanos e ucranianos içaram as bandeiras de seus respectivos países no estádio do imenso acampamento militar de Yavoriv.

"As manobras reúnem pela primeira vez 18 países, o que mostra o grande apoio à Ucrânia em sua luta pela liberdade e pela soberania", declarou o coronel Olexander Sivak, comandante ucraniano.

Os comandantes ucranianos e americanos que dirigirão as manobras passaram em revista 2.000 militares, que os saudaram em seu próprio idioma.

O governo central ucraniano e o Ocidente acusam a Rússia de apoiar os rebeldes, armando-os e mobilizando tropas no leste do país, afirmações que Moscou desmente categoricamente.

Nos exercícios de Yavoriv participarão 675 militares ucranianos que já combateram no leste, e que "compartilharão sua experiência com seus camaradas ucranianos e dos outros países", ressaltou o coronel Sivak.

Para o comandante americano, o coronel Alfred Renzi, os militares dos 18 países presentes nas manobras (Ucrânia, Estados Unidos, Espanha, Azerbaijão, Bulgária, Canadá, Estônia, Geórgia, Alemanha, Grã-Bretanha, Letônia, Lituânia, Moldávia, Noruega, Polônia, Romênia, Sérvia e Turquia) "cooperam como força unificada para garantir a estabilidade da região".

Exibição russa

O exército ucraniano também anunciou nesta segunda-feira que realizará outras manobras militares do outro lado do país, perto de Mariupol, porto estratégico no mar de Azov e última grande cidade sob controle do governo no leste do país.

A Rússia prepara, por sua vez, uma exibição no dia 26 de julho em Sebastopol, um porto da Crimeia, a península ucraniana anexada pela Rússia no ano passado.

"Após um longo descanso", a fragata Ladny lançará foguetes perto da costa na Crimeia, por ocasião de um desfile pelo dia da Marinha Russa celebrado neste dia, no qual participarão mais de 30 navios e o mesmo número de aviões e helicópteros, disse um porta-voz da frota russa, Viatcheslav Trukhatchev, citado pela imprensa local.

A Rússia anexou a Crimeia em março de 2014, após o levante popular na praça Maidan em Kiev que provocou a queda do regime do presidente pró-russo Viktor Yanukovytch, que precisou abandonar o poder após reprimir os protestos.

Um mês depois explodia a rebelião separatista pró-russa no leste da Ucrânia.

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