Mundo

Khamenei alerta que acordo vale com eliminação de sanções

Khamenei encontrou com a Assembleia de Especialistas, o grupo de 80 juristas e clérigos xiitas eleito democraticamente, e discutiu a questão do acordo nuclear


	Aiatolá Ali Khamenei: "Funcionários americanos dizem que manterão a infraestrutura das sanções contra o Irã, mas se eles vão manter as sanções qual foi o propósito das conversas mútuas?"
 (AFP)

Aiatolá Ali Khamenei: "Funcionários americanos dizem que manterão a infraestrutura das sanções contra o Irã, mas se eles vão manter as sanções qual foi o propósito das conversas mútuas?" (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2015 às 13h04.

Teerã - O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, lembrou nesta quinta-feira que o pacto nuclear com as potências do Grupo 5+1 exige a total eliminação das sanções que pesam sobre seu país, e alertou que, caso contrário, "não haverá acordo".

Khamenei falou em um encontro com a Assembleia de Especialistas, o grupo de 80 juristas e clérigos xiitas eleito democraticamente, encarregada de escolher o novo líder caso faleça o atual, e discutiu a questão do acordo nuclear, informou a agência oficial iraniana "Irna".

"Funcionários americanos dizem que manterão a infraestrutura das sanções contra o Irã, mas se eles vão manter as sanções qual foi o propósito das conversas mútuas?", questionou.

"Isso contradiz completamente a presença do Irã nas negociações nucleares, já que o principal objetivo era conseguir a eliminação das sanções", disse o líder.

Por isso, se elas não forem "eliminadas, mas somente suspensas, então não haverá trato", advertiu.

Khamenei indicou que o Irã é capaz de aumentar o número de centrífugas nucleares para mais de 60 mil unidades em pouco tempo e continuar a produção de urânio enriquecido a 20%, que concordou em limitar dentro dos termos do acordo com o Grupo 51.

Além disso, Khamenei pediu a especialistas, juristas e intelectuais de todo o país que deem seu parecer sobre o acordo, conhecido como Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA), e insistiu que deve ser o parlamento iraniano o encarregado de ratificá-lo ou vetá-lo.

"Não dou sugestões ao parlamento para que ratifique ou rejeite o JCPOA. Está entre suas responsabilidades estudá-lo e tomar a decisão apropriada", assinalou o líder.

Exatamente hoje o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alcançou os apoios necessários para evitar que um projeto de lei que procura derrubar pacto nuclear com o Irã caminhe no Congresso.

Os deputados e senadores republicanos de Washington foram os mais duros inimigos do JCPOA e prometeram derrubá-lo assim que puderem, apesar de parecer que seus esforços naufragarão com o veto que Obama prometeu impor a qualquer tentativa nesse sentido.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEnergiaEnergia nuclearEstados Unidos (EUA)InfraestruturaIrã - PaísPaíses ricos

Mais de Mundo

Eleições na Venezuela: campanha de Maduro é onipresente, com drones, filme e horas na TV

Trump critica democratas durante encontro com Netanyahu na Flórida

Milei diz que a Argentina apoia o povo venezuelano em sua 'luta pela liberdade'

Venezuela fecha fronteiras terrestres e barra entrada de avião com ex-presidentes do Panamá e México

Mais na Exame