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Kerry pede ações de países para evitar tragédia climática

O secretário de Estado americano fez apelo para que todas as nações trabalhem por um acordo ambicioso que combata as mudanças climáticas

John Kerry discursa na COP20: "cada nação, cada país, tem a responsabilidade de fazer a sua parte" (Enrique Castro-Mendivil/Reuters)

John Kerry discursa na COP20: "cada nação, cada país, tem a responsabilidade de fazer a sua parte" (Enrique Castro-Mendivil/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2014 às 21h01.

Lima - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, fez um apelo apaixonado para que todas as nações trabalhem para se chegar a um acordo ambicioso no ano que vem a fim de combater as mudanças climáticas, dizendo que o tempo está se esgotando para reverter um curso que "levará a uma tragédia".

Ele também mirou os críticos do presidente norte-americano, Barack Obama, que questionam se a mudança climática é principalmente provocada pelo homem, afirmando que as descobertas científicas são avassaladoras e "gritam para nós, nos advertem".

"Cada nação, cada país, tem a responsabilidade de fazer a sua parte", disse ele em um discurso na conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em que representantes tentam esboçar um projeto a ser acordado em Paris no fim de 2015 para conter a elevação das emissões mundiais de gases do efeito estufa.

"Se você é uma grande nação desenvolvida e não está ajudando a liderar, você é uma parte do problema", disse ele.

Kerry também não poupou os países mais pobres.

"Mais da metade das emissões globais são provenientes de países em desenvolvimento. É imperativo que eles ajam também", disse ele.

Muitas nações pobres alegam que os próprios Estados Unidos têm feito muito pouco, apesar das promessas recentes de mais ações.

"Ainda estamos em um curso que levará à tragédia", apesar de duas décadas de negociações que tentam combater o aquecimento global, ele disse a participantes, que incluíam a chefe de assuntos climáticos da ONU, Christiana Figueres, e o ministro do Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar-Vidal.

Kerry afirmou que um acordo em Paris no ano que vem não será uma bala de prata para resolver o problema do aumento das temperaturas, das ondas de calor, inundações, secas e elevação do nível do mar, mas poderia colocar o mundo no caminho certo.

O tempo está se esgotando. "A janela está se fechando rapidamente", disse ele. Mesmo que as descobertas científicas de que os gases do efeito estufa causam a mudança climática estivessem erradas, ele disse que uma mudança para energias renováveis traria benefícios como uma melhor saúde e um fornecimento de energia mais segura.

"Mas o que acontece se os céticos do clima estiverem errados? Catástrofe", disse ele.

As conversações em Lima devem terminar na sexta-feira, mas os delegados esperam que se estendam até sábado devido a diferenças profundas em relação aos elementos de um futuro acordo.

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