Lima - O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, fez um apelo apaixonado para que todas as nações trabalhem para se chegar a um acordo ambicioso no ano que vem a fim de combater as mudanças climáticas, dizendo que o tempo está se esgotando para reverter um curso que "levará a uma tragédia".
Ele também mirou os críticos do presidente norte-americano, Barack Obama, que questionam se a mudança climática é principalmente provocada pelo homem, afirmando que as descobertas científicas são avassaladoras e "gritam para nós, nos advertem".
"Cada nação, cada país, tem a responsabilidade de fazer a sua parte", disse ele em um discurso na conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) em que representantes tentam esboçar um projeto a ser acordado em Paris no fim de 2015 para conter a elevação das emissões mundiais de gases do efeito estufa.
"Se você é uma grande nação desenvolvida e não está ajudando a liderar, você é uma parte do problema", disse ele.
Kerry também não poupou os países mais pobres.
"Mais da metade das emissões globais são provenientes de países em desenvolvimento. É imperativo que eles ajam também", disse ele.
Muitas nações pobres alegam que os próprios Estados Unidos têm feito muito pouco, apesar das promessas recentes de mais ações.
"Ainda estamos em um curso que levará à tragédia", apesar de duas décadas de negociações que tentam combater o aquecimento global, ele disse a participantes, que incluíam a chefe de assuntos climáticos da ONU, Christiana Figueres, e o ministro do Meio Ambiente do Peru, Manuel Pulgar-Vidal.
Kerry afirmou que um acordo em Paris no ano que vem não será uma bala de prata para resolver o problema do aumento das temperaturas, das ondas de calor, inundações, secas e elevação do nível do mar, mas poderia colocar o mundo no caminho certo.
O tempo está se esgotando. "A janela está se fechando rapidamente", disse ele. Mesmo que as descobertas científicas de que os gases do efeito estufa causam a mudança climática estivessem erradas, ele disse que uma mudança para energias renováveis traria benefícios como uma melhor saúde e um fornecimento de energia mais segura.
"Mas o que acontece se os céticos do clima estiverem errados? Catástrofe", disse ele.
As conversações em Lima devem terminar na sexta-feira, mas os delegados esperam que se estendam até sábado devido a diferenças profundas em relação aos elementos de um futuro acordo.
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1. Multiplicação das cabras
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1/8 (Getty Images)
Um novo estudo, publicado na revista científica Oikos, mostra que dois fatores principais são importantes para a sobrevivência das cabras: as horas de claridade do dia e a temperatura. Para os caprinos da Escócia, que sofrem com o frio das áreas mais elevadas do norte do país, o
aquecimento global pode ser uma dádiva. A elevação das temperaturas parece estar tornando a vida um pouco mais fácil para os animais da região, que já começam a marcar território. O aumento da população de cabra selvagem e a mudança de seu habitat foi documentada pelo pesquisador britânico Robin Dunbar, da Universidade de Oxford e seu colega Jianbin Shi.
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2. Adeus ao cafezinho
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2/8 (Alex Silva)
O nosso querido cafezinho também corre riscos. Segundo uma nova pesquisa, publicada na revista científica Plos One, essa bebida tradicional pode sumir do cardápio dentro de 70 anos devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas. O estudo realizado por pesquisadores do Royal Botanic Gardens da Grã-Bretanha, em colaboração com cientistas na Etiópia, constatou que entre 38 e 99,7% das áreas adequadas para o cultivo da espécie arábica desaparecerá até 2080 se as previsões do aumento das temperaturas se concretizarem.
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3. Aumento de problemas cardíacos
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3/8 (David Silverman/Getty Images)
É bom preparar o coração para as mudanças. Eventos climáticos extremos de calor e frio se tornarão mais comuns e isso vai colocar pressão sobre o coração das pessoas, dizem os cientistas. Um estudo publicado no British Medical Journal concluiu que a queda de temperatura de 1ºC em um único dia no Reino Unido está ligado ao aumento de 200 ataques cardíacos. Ondas de calor também geram efeito semelhante. Mais de 11 mil pessoas morreram por complicações cardíacas durante a onda de calor que atingiu a França na primeira metade de agosto de 2003, quando as temperaturas subiram para mais de 40ºC.
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4. Queda na capacidade trabalho
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4/8 (Getty Images)
Um estudo publicado na revista científica “Nature Climate Change” sugere que o aumento da temperatura global nos últimos 60 anos reduziu a capacidade de trabalho em 10%. Pior, a previsão é de que “estresse térmico” poderá prejudicar ainda mais a aptidão do trabalhador para desempenhar suas funções nas próximas décadas. De acordo com a pesquisa, a capacidade de trabalho em 2050 será reduzida a 80% do que hoje.
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5. Maratonas mais lentas
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5/8 (Einar Hansen/ StockXchng)
Embora o tempo dos vencedores de maratonas tenha melhorando gradativamente ao longo do século passado, essa tendência corre risco de diminuir diante do aumento das temperaturas. Um estudo da Universidade de Boston indica que o aquecimento global poderá tornar as maratonas mais lentas, afetando o tempo das vitórias. Mantida a tendência de aquecimento atual, de 0.058°C por ano, até 2100, a chance de detectar uma "desaceleração consistente no tempo de vitória da maratona" é de 95%, diz o estudo.
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6. Uvas não curtem calor, logo...
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6/8 (Getty Images)
As uvas vinícolas são uma das culturas mais sensíveis ao calor, chuvas, incidências de sol e mudanças bruscas no clima. Não à toa, elas estão na mira do aquecimento global. Segundo estudos mais recentes, a produção de vinhos em regiões consagradas, como Bordeaux, na França, pode cair cerca de 60% até 2050. Em contrapartida, a mudança climática poderia também abrir outras partes do mundo para a produção de uvas, uma vez que os produtores teriam que procurar lugares mais altos e mais frios.
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7. Mais metano, mais aquecimento
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7/8 (Ian Joughin, University of Washington)
Os efeitos do aquecimento global, acredite, também podem gerar mais aquecimento global.
Estudo recente, publicado na revista Nature por uma equipe internacional de cientistas, mostrou que o degelo no continente antártico pode ser uma fonte importante, embora esquecida, de metano, um gás efeito estufa com potencial de aquecimento global 21 vezes maior do que o do CO2. Ou seja, o derretimento do gelo pode liberar milhões de toneladas desse gás na atmosfera e agravar o aquecimento global.
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8. Guarda-chuva para os Pólos?
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8/8 (Divulgação)