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Kerry diz que EUA negociarão com Assad, mas porta-voz nega

De acordo com o chefe da diplomacia americana, a saída da guerra civil síria, que completa quatro anos, deve ser política, e não militar


	O secretário de Estado americano, John Kerry: "no fim, teremos que negociar. Há um aumento na pressão de várias maneiras para que isso ocorra"
 (Yuri Gripas/Reuters)

O secretário de Estado americano, John Kerry: "no fim, teremos que negociar. Há um aumento na pressão de várias maneiras para que isso ocorra" (Yuri Gripas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 11h20.

Washington - O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou neste domingo que o governo americano deve negociar com o presidente da Síria, Bashar al Assad, uma saída para o conflito no país.

"No fim, teremos que negociar. Há um aumento na pressão de várias maneiras para que isso ocorra. Temos que deixar claro que estamos dando passos para avançar nessa direção", declarou em entrevista ao canal americano "CBS News".

De acordo com o chefe da diplomacia americana, a saída da guerra civil síria, que completa quatro anos, deve ser política, e não militar.

"Para que o regime de Assad venha negociar, temos que deixar claro que há uma determinação para todas as partes de buscar uma saída política e para que mudem suas expectativas sobre a negociação", explicou, em referência ao aparente otimismo de Assad sobre sua permanência no poder e o receio de dialogar.

Na ocasião, Kerry não disse, como veio fazendo o Departamento de Estado, que Assad perdeu legitimidade para governar e que deve sair do poder de maneira negociada.

No entanto, a porta-voz adjunta do Departamento de Estado dos EUA, Marie Harf, emitiu um esclarecimento depois da exibição da entrevista e garantiu que a política dos EUA em relação ao regime sírio "não mudou" e que não haverá negociações diretas com Bashar al Assad.

Harf disse que, "por necessidade, sempre houve representantes do regime de Assad como parte do processo, mas não foi e nunca será Assad o negociador, isso não foi dito pelo secretário de Estado".

Após quatro anos de conflito, cerca de 220 mil pessoas morreram, um terço de toda a população síria é deslocada de guerra e os extremistas do Estado Islâmico (EI), opostos ao governo de Damasco, ocupam amplos territórios no país.

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