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Kerry diz que ação na Síria seria 'limitada' e 'muito curta'

O secretário de Estado americano, John Kerry, disse que seu país não "quer à guerra" na Síria

John Kerry, secretário de Estado americano: fim da crise requer uma "solução política", diz Kerry (Getty Images)

John Kerry, secretário de Estado americano: fim da crise requer uma "solução política", diz Kerry (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2013 às 09h16.

Londres - O secretário de Estado americano, John Kerry, disse nesta segunda-feira que seu país não "quer à guerra" na Síria e que uma intervenção seria "limitada" e "muito curta", mas especificou que o fim da crise requer uma "solução política".

Em entrevista coletiva em Londres depois de se reunir com o ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague, Kerry deixou claro que os EUA não estão falando de ir à guerra com o envio de tropas, mas de efetuar uma ação limitada para que o presidente sírio, Bashar al-Assad, "preste contas" pelo uso de armas químicas.

Kerry especificou que a medida está baseada em "provas" e que o risco de não fazer nada é maior que o risco de atuar.

O secretário de Estado insistiu que ele e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, estão "totalmente de acordo" em que o fim do conflito civil na Síria "requer uma solução política".

"Uma resolução não se encontra no campo de batalha, mas em uma mesa de negociações, mas temos que chegar a essa mesa", insistiu o chefe da diplomacia americana.

Kerry qualificou a situação humanitária na Síria de "catastrófica" e de "enormes proporções", por isso que considerou que deve ter uma resposta internacional para impedir que as atrocidades na Síria "não voltem a ocorrer".

Na entrevista coletiva, o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, disse que "não pode haver impunidade" perante o uso de armas químicas no século XXI e que o Reino Unido trabalhará a favor da realização da conferência de paz em Genebra.


Em relação com a votação no Parlamento britânico de 29 de agosto, na qual os deputados rejeitaram uma intervenção militar na Síria, Kerry disse que a "especial relação" entre os dois países não será afetada por essa decisão.

Os laços entre o Reino Unido e EUA são "maiores que um voto ou um momento na história", acrescentou o secretário de Estado, que disse entender que o legado da Guerra do Iraque (2003) inquietou os deputados britânicos sobre uma eventual intervenção na Síria.

Kerry também defendeu a posição dos EUA ao afirmar que as provas sobre o uso de armas químicas por parte de Assad são "convincentes" e que a ação militar que estuda seu país é muito distinta à Guerra do Iraque de há dez anos.

"Não estamos falando de guerra. Não vamos ir à guerra", disse Kerry.

Na opinião do secretário, se não houver uma intervenção na Síria, o regime de Bashar al-Assad pode voltar a utilizar armas químicas.

Kerry também acusou o presidente sírio de ter matado a mais de mil pessoas em um ataque com gás sarin em 21 de agosto em Damasco.

A reunião de Kerry com Hague fez parte de uma viagem europeia para obter apoio a uma possível intervenção na Síria.

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