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Karzai libertou narcotraficantes e criminosos, segundo WikiLeaks

Documentos mostram que diplomacia americana ficou contrariada por presidente afegão liberar criminosos

Hamid Karzai, presidente do Afeganistão, teria liberado um traficante que é filho de um aliado (Peter Macdiarmid/EXAME.com)

Hamid Karzai, presidente do Afeganistão, teria liberado um traficante que é filho de um aliado (Peter Macdiarmid/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2010 às 19h46.

Washington - O presidente afegão, Hamid Karzai, aprovou a libertação de narcotraficantes e perigosos criminosos detidos pelas forças internacionais no país, segundo um documento diplomático publicado pelo Wikileaks.

O documento da embaixada dos EUA em Cabul, com data de agosto de 2009 e classificado como "secreto", expressa o mal-estar dos diplomatas americanos com a atitude de Karzai.

"Em numerosas ocasiões insistimos com o procurador-geral do Afeganistão, Ishaq Aloko, sobre a necessidade de que ele e o presidente Karzai parassem com as intervenções", assinala o telegrama redigido por Frank Ricciardone, "número dois" da embaixada americana em Cabul.

O telegrama menciona que, em abril de 2009, Karzai absolveu cinco policiais de fronteira que foram presos com 124 quilos de heroína no veículo em que patrulhavam.

O documento menciona que os agentes receberam uma pena de 16 a 18 anos de prisão, mas Karzai os perdoou alegando serem parentes distantes de dois indivíduos que tinham sido mártires durante a guerra civil no país.

A mensagem denuncia também que 150 dos 629 detidos, que foram entregues ao Governo afegão pela coalizão militar internacional, foram libertados sem passar pelos tribunais desde 2007. Entre esses, segundo o documento, estavam 29 ex-presos de Guantánamo.

Segundo o documento, Karzai também interveio na libertação do suposto narcotraficante Haji Amanullah, filho de um influente homem de negócios afegão partidário do presidente.

O Wikileaks começou a publicar, no domingo, vários dos 250 mil documentos diplomáticos americanos aos quais teve acesso, muitos deles com revelações embaraçosas para Washington.

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