Kamala e Biden batem em Trump em sua primeira aparição pública
O candidato democrata e sua vice se apresentaram juntos nesta quarta em um escola pública; ambos lembraram a covid-19 e a crise econômica
Carla Aranha
Publicado em 12 de agosto de 2020 às 18h45.
Última atualização em 12 de agosto de 2020 às 18h49.
O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, e sua vice, Kamala Harris, fizeram sua primeira aparição pública oficial nesta quarta, 12, em uma escola de Wilmington, em Delaware, um importante Estado na corrida presidencial americana.
Biden e Kamala centraram seus discursos no que ambos consideram os maiores erros do presidente Donald Trump , principalmente a respeito da gestão da crise do coronavírus e na economia. “Vamos arrumar a bagunça feita por Trump domesticamente e no exterior”, disse Biden.
Kamala adotou uma retórica semelhante. “Estamos vivendo a pior crise econômica desde a Grande Depressão e a pior crise de saúde deste século”, afirmou a senadora. “Os Estados Unidos querem uma liderança, não um governo falido”.
A vice de Biden também frisou sua origem – ela é filha de imigrantes jamaicanos e indianos – e o ativismo político de seus pais. “Não fique sentada só reclamando, faça alguma coisa, dizia minha mãe”, disse Kamala.
Ela é a primeira mulher negra a disputar uma eleição como vice. O Partido Democrata tem aspirações de que, na eleição de 2024, Kamala possa ser lançada como candidata à presidente. Biden, caso seja eleito, terá 78 anos na época da posse, no início do ano que vem, o que inviabilizaria uma nova candidatura daqui a quatro anos.
A eleição segue bastante disputada, na visão de analistas políticos, apesar de Biden estar à frente nas pesquisas. “Há diversas variáveis em jogo, como o tamanho da pandemia no final do ano no país e o fato de muito mais gente, impedida de sair de casa, deverá prestar atenção aos debates na televisão”, diz Mauricio Moura, pesquisador da George Washington University na área de políticas públicas e fundador da Ideia Big Data, empresa de pesquisas políticas.
“Além disso, mais eleitores deverão votar pelo correio, o que pode acabar incentivando pedidos de recontagem de votos”, afirmou.