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Kadhafi nega uso de bombas de fragmentação

Misrata foi cenário na sexta-feira à noite de intensos tiroteios com armas automáticas, morteiros e artilharia entre os insurgentes e as forças leais ao coronel Kadhafi

Rebeldes armados na Líbia: governo é acusado de usar bombas de fragmentação em áreas residenciais (Chris Hondros/Getty Images)

Rebeldes armados na Líbia: governo é acusado de usar bombas de fragmentação em áreas residenciais (Chris Hondros/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2011 às 13h36.

Misrata - O regime líbio de Muamar Kadhafi desmentiu o uso de bombas de fragmentação em zonas residenciais nos enfrentamentos com os rebeldes na cidade sitiada de Misrata, leste de Trípoli, onde os combates prosseguiam neste sábado.

"De maneira alguma. Nem moralmente, nem legalmente podemos fazer isso contra nossa população civil. Quando se usam essas bombas, as provas duram durante dias e semanas", afirmou Mussa Ibrahim, porta-voz do governo, falando aos jornalista.

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) condenou na sexta-feira o uso de bombas de fragmentação por parte das forças leais ao coronel Kadhafi durante os combates em Misrata, 200 km a leste de Trípoli.

"As denúncias destas organizações parecem surrealistas", disse Ibrahim. "Estão convidados a vir e a testemunhar o que realmente ocorre. No momento, se orientam por testemunhos dos rebeldes ou por telefonemas para seus escritórios na Europa".

"É indigno que a Líbia use esse tipo de bomba, principalmente nas zonas residenciais", declarou, em um comunicado, Steve Goose, diretor da seção de armas da HRW.

Para Ibrahim, estas afirmações são "surrealistas". "Baseiam-se em testemunhos dos rebeldes ou ligações telefônicas nas capitais europeias", afirmou.

Misrata foi cenário na sexta-feira à noite de intensos tiroteios com armas automáticas, morteiros e artilharia entre os insurgentes e as forças leais ao coronel Kadhafi.

Os confrontos intensificaram-se pouco antes do anoitecer, no centro dessa cidade costeira.

O porto de Misrata, único ponto de acesso ao mundo externo para essa cidade, permite levar, permite levar víveres, medicamentos e armas aos moradores e aos insurgentes.


A Otan e União Europeia (UE) estão coordenando esforços para realizar a operação humanitária que os europeus preparam para ajudar a população de Misrata, sitiada há quase dois meses pelas forças do ditador Kadhafi.

A Aliança Atlântica e a UE decidiram manter "nas próximas semanas em Bruxelas" uma "reunião informal sobre a Líbia em nível de embaixadores, com o objetivo de evitar problemas e ajustar suas atividades", indicaras as mesmas fontes em Berlim, onde os ministros das Relações Exteriores da Otan se reuniram com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

Além disso, seis pessoas morreram e 20 ficaram feridas nos disparos de foguetes das forças de Muamar Kadhafi contra as posições dos rebeldes entre as cidades de Ajdabiya e Brega, no leste da Líbia, segundo fontes médicas.

Intensos combates entre rebeldes e forças leais ao líder líbio eram travados neste sábado a oeste da cidade de Adjabiya, de onde os insurgentes avançam para a cidade petroleira de Brega.

Uma série de explosões foram ouvidas em Ajdabiya, onde os rebeldes ganharam terreno graças ao bombardeios da Otan.

Os aviões da Otan intensificaram as incursões na zona nos últimos três dias. Segundo os rebeldes, realizaram bombardeios para abrir-lhes caminho até Brega.

Os rebeldes voltaram a tomar o controle de Ajdabiya em 11 de abril, depois de violentos combates durante o fim de semana, quando pelo menos 50 pessoas morreram.

Já Sirte, a cidade natal de Kadhafi, teria sido alvo neste sábado de bombardeios da Otan, segundo informou a agência oficial líbia Jana.

"Os agressores colonialistas cruzados bombardearam Sirte", indicou a agência, sem dar detalhes sobre os ataques.

Sirte tem 120.000 habitantes e está situada 600 km a leste de Trípoli.

A cidade já foi alvo de bombardeios na sexta-feira, segundo a Jana.

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