Jorge Glas: disse que "virão à tona muitos destes temas" de suposta corrupção contra vários funcionários do governo anterior, inclusive ele (Daniel Tapia/Reuters)
EFE
Publicado em 4 de agosto de 2017 às 08h47.
Quito - O Ministério Público (MP) do Equador informou nesta quinta-feira que está investigando mais de 20 funcionários e ex-agentes públicos, entre eles o vice-presidente do país Jorge Glas, por supostas irregularidades no contrato de 2012 para a exploração de um campo de petróleo na região amazônica.
O MP, com base em um relatório especial do tribunal de contas do Estado, assinalou em um comunicado que iniciou a "indagação prévia" por indícios de responsabilidade no contrato de prestação de serviços do chamado Bloco Singue.
O relatório do tribunal de contas se refere ao contrato assinado entre o Estado equatoriano, através da Secretaria de Hidrocarbonetos, e o Consórcio DGC, integrado pela companhia Dygoil Consultoría y Servicios Petroleros Cia. Ltda.
O MP acrescentou que iniciou a indagação prévia "com base nos indícios de responsabilidade penal", que incluem mais "de 20 ex-funcionários públicos e privados", alguns dos quais gozam do foro privilegiado e só podem ser processados pela Suprema Corte de Justiça.
A indagação também inclui o vice-presidente Glas, quando ele ocupava o cargo de ministro-coordenador de Setores Estratégicos durante o governo do ex-presidente Rafael Correa, que entregou o poder no dia 24 de maio para seu correligionário Lenín Moreno.
Glas é o atual vice-presidente, mas mantém uma dura queda de braço com Moreno, que parece ter rachado ao movimento governista Aliança País (AP, esquerda).
O vice-presidente, em declarações a jornalistas, se referiu ao caso investigado pelo MP e disse que sua suposta vinculação se deu porque ele participou de uma "etapa pré-contratual", antes da assinatura do convênio.
Glas indicou que, certamente, "virão à tona muitos destes temas" de suposta corrupção contra vários funcionários do governo anterior, inclusive ele.
O vice-presidente assegurou que pediu ao ex-ministro de Hidrocarbonetos, Wilson Pastor, que também é investigado neste caso, que retorne ao país para apresentar as provas de sua inocência, que já haviam sido enviadas ao tribunal de contas e que agora deverão ser encaminhadas ao Ministério Público.