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Justiça do Peru investiga empresas de Kuczynski em caso Odebrecht

Empresas vinculadas ao presidente peruano teria recebido pagamentos da construtora Odebrecht

Kuczynski: investigação envolvendo o presidente começou na semana passada e acontece de forma reservada (Mariana Bazo/Reuters)

Kuczynski: investigação envolvendo o presidente começou na semana passada e acontece de forma reservada (Mariana Bazo/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 07h45.

Lima - O Ministério Público do Peru abriu uma investigação preliminar contra duas empresas vinculadas ao presidente Pedro Pablo Kuczynski, pelos pagamentos que supostamente receberam da construtora Odebrecht, de acordo com informações da imprensa local.

Fontes do Ministério Público informaram aos jornais "El Comercio" e "La República" que a investigação foi feita "contra os responsáveis" neste caso, que envolve as empresas First Capital Partners e Latin American Enterprise Fund Managers.

A investigação, acrescentou as fontes, começou na semana passada e acontece de forma reservada, sem notificar a informação e solicitação antes de passar para a próxima etapa.

Segundo as fontes, as operações do chileno Gerardo Sepúlveda, ex-sócio de Kuczynski, na qualidade de representante de First Capital e sócio-fundador da Latin American Enterprise.

Além disso, os promotores também preparam as solicitações de cooperação internacional que enviarão aos países onde os escritórios das empresas estão localizados no exterior.

Já o "El Comercio" acrescentou que Kuczynski, que possui imunidade por conta do cargo, será citado quando a MP tiver a informação recolhida, para que ele possa informar sobre a gestão das empresas, na época em que foi sócio destas.

Depois de conhecer a informação dos supostos pagamentos da Odebrecht, o presidente anunciou que decidiu receber os integrantes da comissão do Congresso que investiga o caso da Lava Jato.

Segundo um documento divulgado por essa comissão parlamentar, a Odebrecht indicou que entre 2005 e 2013, os pagamentos de serviços de consultoria foram feitos para a First Capital por mais de US$ 4 milhões.

A empresa também disse que pagou mais de US$ 782 mil para a empresa de consultoria Westfield Capital, do atual presidente peruano, entre novembro de 2004 e dezembro de 2007, datas que coincidem com o período de Kuczynski como ministro de Economia e posteriormente primeiro-ministro do governo de Alejandro Toledo (2001-2006).

As fontes fiscais disseram ao "El Comercio" que a equipe do Ministério Público avalia incluir nas suas pesquisas os pagamentos feitos à consultoria Westfield em suas investigações.

Além disso, a Unidade de Inteligência Financeira (UIF) afirmou que em maio de 2008, a empresa Latin America Enterprise Manager recebeu US$ 2,8 milhões da construtora.

Kuczynski já tinha negado ter feito qualquer tipo de consultoria para Odebrecht até que no último sábado, reconheceu ter assessorado através da First Capital a H2Olmos, empresa do grupo Odebrecht concessionária do projeto irrigação de Olmos.

O presidente ressaltou que a última informação divulgada pela comissão da Lava Jato o levou a repensar a decisão de não receber seus membros pois "entendeu que os montantes indicados eram pagamentos de taxas" para ele.

"Não há nada de errado com eles", disse, antes de reiterar que durante toda sua trajetória como funcionário público "jamais" favoreceu a empresa alguma.

O caso Odebrecht no Peru segue o rastro das propinas milionárias entregues entre 2005 e 2014 a funcionários peruanos para conquistar grandes contratos em obras públicas e nas doações feitas a candidatos políticos para financiar suas respectivas campanhas eleitorais.

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