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Juncker quer desbloquear ajuda para Grécia antes de dezembro

Para obter o pacote de auxílio, o governo grego deverá apresentar um compromisso escrito de apoio às medidas de austeridade

Juncker se mostrou 'otimista' de que as forças políticas gregas consigam um acordo (Koichi Kamoshida/Getty Images)

Juncker se mostrou 'otimista' de que as forças políticas gregas consigam um acordo (Koichi Kamoshida/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2011 às 14h04.

Luxemburgo - O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, espera que os ministros de Finanças da zona do euro pactuem o desembolso do sexto lance de ajuda do primeiro resgate grego na reunião do dia 29 de novembro.

Para isso, o Executivo grego deverá apresentar um compromisso escrito dos principais partidos do país que estão dispostos a apoiar as medidas de austeridade pactuadas com seus parceiros europeus.

Juncker se mostrou 'otimista' de que as forças políticas gregas consigam um acordo para expressar por escrito sua vontade de realizar os cortes orçamentários e medidas de contenção do gasto público que a eurozona pediu em troca do resgate.

O presidente do Eurogrupo, que também é primeiro-ministro de Luxemburgo, recebeu nesta terça-feira seu colega grego, Lucas Papademos, para discutir sobre os problemas de dívida na Grécia e no resto da zona do euro.

De acordo com o presidente do Eurogrupo, não estava previsto que o primeiro-ministro Papademos já tivesse a carta, mas ele declarou ter segurança de que as autoridades gregas a entregarão antes da reunião do Eurogrupo de 29 de novembro.

Em entrevista coletiva posterior ao encontro, tanto Juncker como Papademos concordaram com a necessidade do Executivo grego continuar buscando austeridade para poder enfrentar suas obrigações financeiras no futuro e sanar suas contas.


O primeiro-ministro grego lembrou que seu Governo, apesar ter um caráter provisório, conta com forte apoio da população. Desta forma, Papademos convocará eleições quando tiver iniciado todas as políticas necessárias, embora não tenha informado a data exata do pleito.

Na segunda-feira, Papademos se reuniu em Bruxelas com os presidentes do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e com o comissário europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn.

Juncker e Papademos também falaram nesta terça-feira sobre o perdão de 50% da dívida grega em mãos privadas que faz parte do segundo resgate, que chegará a 130 bilhões de euros.

Além disso, os dirigentes se referiram à publicação na quarta-feira de uma proposta da Comissão Europeia para criar títulos de dívida europeus, mais conhecidos como eurobonos e chamados pelo Executivo comunitário de 'bônus de estabilidade'.

De acordo com Juncker, há argumentos a favor de unificar a dívida dos países do euro, mas isto não significa 'uma solução a curto prazo' dos problemas que afligem a periferia europeia, já que seu início seria lento.

O chefe do Governo grego se expressou na mesma linha. Para ele, os eurobonos poderiam ser uma medida para corrigir os problemas, mas só estariam disponíveis depois de certo tempo, talvez vários anos.

Juncker evitou se posicionar mais concretamente até que se saibam os detalhes da proposta da Comissão, mas acrescentou que a ideia dos eurobonos não agrada a Alemanha.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e vários membros de seu Governo expressaram publicamente sua total oposição à criação destes títulos, que aumentariam os custos do endividamento de seu país e seriam um incentivo para que os países não coloquem suas finanças em ordem.

A Alemanha também é o principal opositor a que o Banco Central Europeu realize programas de compra em massa de bônus daqueles países vítimas de ataques especulativos ou da falta de confiança dos mercados, como os resgatados Grécia, Portugal e Irlanda, e outros como a Itália e a Espanha.

'Acho que o presidente do Eurogrupo não deve dar lições públicas sobre a gestão de bancos centrais', respondeu Juncker ao ser perguntado sobre sua postura perante uma possível entrada do BCE nos mercados de dívida.

Papademos também defendeu nesta terça-feira sua gestão como principal responsável pelo Banco da Grécia, e assegurou que o então regulador monetário grego foi 'plenamente transparente' e não tinha conhecimento da manipulação das estatísticas do país, que deu origem à crise e ao resgate internacional.

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