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Judeus ultraortodoxos atacam mulheres que desejam rezar em Jerusalém

Grupo Mulheres do Muro lutam há décadas por direito de fazer orações no Muro das Lamentações local sagrado para a religião

Judaísmo: mulheres não podem rezar no muro carregando a Torá (Lior Mizrahi/Getty Images)

Judaísmo: mulheres não podem rezar no muro carregando a Torá (Lior Mizrahi/Getty Images)

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AFP

Publicado em 8 de março de 2019 às 13h53.

Milhares de jovens judeus ultraortodoxos atacaram nesta sexta-feira um grupo de mulheres que defende a igualdade do direito a rezar no Muro das Lamentações em Jerusalém.

A organização Mulheres do Muro milita há décadas pelo direito de usar, como os homens, o xale de oração e ler, coletivamente e em voz alta, a Torá diante do Muro das Lamentações, o local mais sagrado para a religião judaica.

Nesta sexta-feira, as ativistas foram cercadas por milhares de pessoas, relatou uma das porta-vozes do grupo, Tzaphira Stern.

"Estava ficando muito, muito perigoso, muio violento", disse.

"Havia 10.000 pessoas, foi realmente assustador, tivemos que sair de lá", completou.

Duas pessoas caíram depois que foram empurradas e tiveram que receber assistência, disse a porta-voz.

A polícia retirou o grupo de mulheres, que foram ofendidas e atingidas por cusparadas.

As forças de segurança de Israel acusaram algumas militantes de comparecimento ao local com "a intenção de confrontação e provocação".

Diante do Muro das Lamentações, homens e mulheres rezam de modo separado. Na prática as mulheres podem usar o xale de oração, mas o rabinato do muro proíbe que carreguem a Torá, explicou Stern.

O grupo organiza todos os meses uma oração, que é perturbada com frequência por fiéis hostis, em particular entre os ultraortodoxos.

A oração desta sexta-feira coincidia com o 30º aniversário da criação do movimento e com as celebrações pelo Dia Internacional da Mulher.

Os adversários ultraortodoxos se mobilizaram e transportaram milhares de estudantes do Ensino Médio, procedentes das colônia da Cisjordânia, território vizinho ocupado por Israel, informou Stern.

"Para preservar a ordem pública, a polícia separou as duas partes", afirma um comunicado oficial.

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